domingo, 31 de dezembro de 2006

Cinema em dia

Nos últimos seis meses, desde a criação do blog, foram inúmeros os filmes vistos que não tive oportunidade de comentar. Assim, faço aqui uma sumária avaliação utilizando a escala do mochismo. Esta é constituída pelos seguintes graus: 1 pio =vê-se, 2 pios = engraçado; 3 pios = bom; 4 pios = muito bom; de tanto piar fiquei sem penas = excelente.
Não incluo graus negativos dado que não vejo mau cinema (pensamento à "nunca me engano e raramente tenho dúvidas").

Posto isto:

Brutti sporchi e cattivi (Feios, Porcos e Maus) - 4 pios
Munich - 4 pios
The Weather Man - 3 pios
Jarhead - 2 pios
V for Vendetta - de tanto piar fiquei sem penas
Matchpoint - de tanto piar fiquei sem penas
My Father's Den - 4 pios
Revolver - 1 pio
Scarface - de tanto piar fiquei sem penas
Frankenstein (Mary Shelley's Frankenstein) - 2 pios
Black Hawk Down - 2 pios
Syriana - 4 pios
Memoirs of a Geisha - 2 pios
Taegukgi (The Brotherhood of War) - 4 pios
The Proposition - 4 pios
Millennium aActress - 3 pios
Ice Age: The Meltdown - 3 pios (sobretudo pelo esquilo)
Breakfast on Pluto - 4 pios
Lady in the Water - 3 pios
Coisa Ruim - 3 pios
The Three Burials of Melquiades Estrada - 4 pios
Saw 2 - 1 pio
The Constant Gardener - 4 pios
Shooting Dogs - 3 pios
Brokeback Montain - 4 pios
Lucky Number Slevin - 3 pios
Find Me Guilty - 2 pios
Miami Vice - 3 pios
Matchstick Men - 3 pios
Hard Candy - 2 pios
Black Dahlia - 2 pios
Hollywood Ending - 3 pios
Small Time Crooks - 3 pios
The Curse of the Jade Scorpion - 2 pios
Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask - 4 pios
Exils - 3 pios
De battre mon coeur s'est arrêté - 4 pios

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

The meatrix


Voltei a cruzar-me com este vídeo no Youtube. Saudades dos meus dois anos de vegetarianismo.

The New World

Terrence Malick é um poeta das imagens. Excelente filme.

domingo, 24 de dezembro de 2006

Feliz Natal

Desejo a todos vós, pessoal que comenta, que apenas lê, bloggers, amigos, colegas, conhecidos, malta do culto... um feliz Natal, com mais ou menos família, guloseimas, religiosidade ou prendas. O que importa é que estejam bem nesta época e, sobretudo, no resto do ano. Para quem a vida não sorri tanto neste momento, deixo uma palavra de força e de esperança.

Como prenda deixo-vos esta imagem fantástica retirada do site do Público.
Um Pai Natal de 30 metros de comprimento foi esculpido no areal da praia de Puri, no estado indiano de Orissa. Foto: Biswaranjan Rout/AP

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Antes é que era bom

Em 1968, a senhora X concorreu a um concurso para a Câmara Municipal Y. Para além do seu requerimento de candidatura, teve de entregar mais duas declarações. A primeira dizia o seguinte:

"... nos termos do artigo 3º da lei n.º 1901 de 21 de Maio de 1935, declaro, pela minha honra, que não pertenço nem jamais pertencerei a associações ou institutos secretos definidos no artigo 2º da lei acima mencionada."

A segunda:

"... declaro por minha honra que estou integrada na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas."

Eram bons tempos não eram Senhor Presidente do Conselho?




Petição pela acessibilidade electrónica portuguesa

Se estiverem interessados em assinar a pertinente petição pela acessibilidade electrónica portuguesa cliquem aqui.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Faca

Hoje à hora de almoço decidi variar de restaurante pois apetecia-me vitela à Lafões.
Quando entrei o estabelecimento estava praticamente vazio. O dono disse-me para me sentar num local à minha escolha. Acabei por ficar só numa mesa de quatro uma vez que não existia mobiliário para dois. Claro que topei logo que mal enchesse tinha de partilhar o poleiro. Em princípio não me importo mas nunca se sabe quem aparece.
O restaurante começa a encher aos poucos. Uma mãe com a filha, uma sujeita já vermelhusca a pedir um jarro de vinho, mais um velhote, um homem com a mãe, etc. Lá se foram distribuindo longe de mim. Mas quando aparece uma família à porta (um casal, a mãe/sogra e três filhas!) engoli em seco. O dono ao ver que a família se ia embora diz logo:
- Esperem! Dá-se aqui um jeito.

Levantaram-se uns, sentaram-se outros, uma ficou de pé à espera que a filha acabasse, a vermelhusca bebia mais um trago, mudam-se copos e pratos, enfim, já vi movimentações militares napoleónicas mais simples e rápidas.
Resultado: acabei com um homem e respectiva mãe idosa à minha frente que, tal como eu, estavam a comer vitela.
Eis onde pretendo chegar. Qual é o problema entre as velhotas e as facas? Qual a razão de tanta resistência a usar o dito instrumento às refeições? Já apanhei várias com esse hábito ou falta dele. Digo isto pois, a velhota ao comer a sua vitela (que pela dureza diria antes vaca ou mesmo boi) entra numa luta em vários rounds. Primeiro luta com a carne na travessa usando a colher e o garfo. Em seguida passa para o prato dando descanso à colher. Por fim, a luta cinge-se entre à carne meio fora da boca e os dentes. Agora imaginem o que fez com a folha de alface.

Bem, pelos vistos gostaram da minha companhia. Quando me levantei disse com licença e boa tarde. Responderam simpaticamente apesar de nunca os ter visto antes:
- Boa tarde e boa viagem. E se não nos virmos, boas festas.

Noutro restaurante não nos vemos concerteza.

Esquerda

Para quem como eu é literalmente de esquerda, aqui fica este site.
Lembro-me que um dia, andava para aí no 5º ano, a minha professora de português ao verificar que era esquerdino perguntou:

- Tu escreves da direita para a esquerda?

Infelizmente isso não acontece mas daria muito jeito, pois iria possibilitar que visse o que escrevo.
Não sei qual o grau de consciência da pergunta da professora mas a verdade é que se escrevesse da direita para a esquerda (como o Leonardo Da Vinci), o mais certo era nunca mais ter um Muito Bom na vida académica ou então ser alvo de algum exorcismo.
Claro que nem tudo é mau. A minha condição já me safou de bastantes situações desagradáveis como cortar papel, coser, descascar alimentos, aparafusar e outros tipos de bricolages, para as quais tenho pouco jeito e paciência.

- Err, não podes fazer tu? Sou canhoto não tenho muito jeito. - Peço eu encolhendo os ombros e franzindo a testa com olhar de puppy.

Espero que certas pessoas não leiam isto.

Pearl Jam - Do The Evolution


Já andava há muito tempo para colocar este vídeo e graças ao comentário do Magnuspetrus em prol do grunge passei à acção. Os Pearl Jam talvez tenham músicas melhores mas o vídeo é fantástico.

Beastie Boys - Sabotage


Excelente vídeo.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Jon estiloso

Estou aqui com a tv ligada no VH1 e está a dar um vídeo dos Bon Jovi de 1984. O canastrão do Jon aparece a cantar na rua com a sua farta cabeleira (deve ser permanente), camisola de alças muito justa e curta a mostrar a barriga, botas texanas castanhas e umas calças de ganga super justas que não deixam muito à imaginação mais parecendo uma estátua de David de cor azul.
Ah! A música como é habito é fraquinha.
Ainda bem que não fui adolescente nos anos 80!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Pisca pisca

O meu vizinho tem umas luzes de Natal tão fortes e cintilantes no exterior da casa que esta noite, enquanto tirava o carro, pensei que estivesse uma ambulância na rua. Qualquer dia ainda causa um ataque epiléptico a alguém.

domingo, 17 de dezembro de 2006

7 Maravilhas de Portugal

A noite já vai longa mas como o jogo entre os Nets e os Pistons está equilibrado, aqui fica mais um post.
Acabei de votar nas 7 maravilhas de Portugal. Tive conhecimento deste concurso/evento/votação ao ouvir um Fórum da TSF sobre o assunto. Fiquei interessado pois apercebi-me que esta iniciativa tem o mérito de alertar o público para a riqueza patrimonial que o nosso país detêm e como é necessário desenvolver esforços para a sua conservação.
Os critérios utilizados para definir a lista dos nomeados são questionáveis e bastante subjectivos mas, ao consultá-la, tive a noção como é urgente a minha visita ou revisita a alguns destes monumentos e de muitos outros.
Já agora indico os meus escolhidos: Castelo de Almourol, Castelo de Óbidos, o grandioso e favorito Convento de Cristo, Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Paços da Universidade, Palácio Nacional da Pena.
As fotografias do site é que podiam ser melhores.
Vão para fora cá dentro ;)

Interacção

Este sábado, enquanto participava na orgia consumista anti-depressiva das compras de Natal, fui abordado por um mimo numa superfície comercial. Ia-me atropelando com o carrinho de bebé que servia de transporte à sua cobra de estimação.
Como é sabido os mimos não falam e este simpático animador iniciou a interacção com a minha pessoa através da usual e engraçada gesticulação. Como sou uma pessoa muito inteligente e tinha o botão da afabilidade ligado, retorqui também gesticulando. Passados trinta segundos lembrei-me: "Eles são mudos mas ouvem."
Depois de umas festas à cobra, finalizei altruisticamente: "Tens de lhe comprar uma prenda."
Pior do que a minha figura só aquele pessoal que se põe aos berros para os estrangeiros na tentativa de se fazerem perceber.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Muda e muda

Um homem chega a casa depois de um dia estafante, liga a televisão, afunda-se no sofá para se entreter e dá logo de caras com o Natal dos Hospitais?! Considero o princípio da iniciativa louvável e nobre mas ao fim destes anos todos não podiam ter mudado o formato? Naquela parada de vedetas de baile a abrir e fechar a boca sincronizadamente com a música reconheço valor a uma entidade: a aparelhagem/computador que está a ler os cds/mp3. Quando zapava para a RTP (aquela televisão que pagamos) ainda fui rindo com o controverso José Cid (as pessoas gostam mesmo daquilo? Sempre achei que era a mulher que lhe comprava os cds) e apreciar o belo Mikael, filho do Tony Carreira. Já reparam que a voz dele, reformulo, a voz que se ouve nos seus playbacks é igual à do pai? Será que...
No zapping vejo que na 2 (canal que pago mais sorridente) está a dar um documentário... too tired.
Na SIC, ou na três como dizem os idosos, está a dar uma coisa nova. Aparentemente é uma telenovela portguesa cuja actriz/personagem principal (eu não considero aquilo interpretação) é uma moça com ar de sopeira, mau penteado, cheia de tiques e com uma pronúncia nortenha tão acentuada que se um dia quiser ser mesmo actriz tem de fazer uma sessões de terapia da fala. Sabem como se chama a novela? Nunca vi! Rotina na programação da SIC é coisa que não existe.
No antigo canal da Igreja, que nos últimos tempos tem sido o maior antro de pornografia sem ter de mostrar pilinhas nem pipis, está a dar uma coisa também nova. Pelo que percebo é uma telenovela portuguesa sobre adolescentes, roupas, bijuteria e outros produtos de consumo. O argumento parece fabuloso naquele contexto colegial da Quinta da Marinha e as interpretações são fantásticas. Cada actor faz questão de, ao terminar a sua fala, vincar a testa, arregalar os olhos e inclinar o queixo. Melhor actor só o dróide R2-D2. Até fiquei tentado em deixar neste canal, pois parece que às 20 horas costuma dar uma telenovela ainda mais electrizante.
Canal número cinco: Canal Cabovisão. Quem é o doente que vê isto?
No sexto vejo finalmente algo de jeito, o Opinião Pública da SIC Notícias com a Marta Atalaia. Não sejam ordinários, não é a Marta Atalaia que é algo de jeito, reformulo, não faz o meu género apesar dos fetiches de alguns ouvintes (é cada triste). Refiro-me ao programa pois para além de possibilitar o debate de assuntos pertinentes, permite aos participantes descarregar terapeuticamente as suas frustrações (um dia faço um post sobre este tipo de programas).
Como o assunto era justiça e futebol, tirei a mão do comando.
Claro que depois não resisti e zapei para os outros para me rir com o degredo.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

World Press Photo of the Year 2000

World Press Photo of the Year 2000
Autor: Lara Jo Regan, USA, for Life.
Texas, USA, 2000.
Uncounted Americans: The mother of a Mexican immigrant family makes piñatas to support herself and her children, in Texas.
Regan spent most of the day in the family's primitive home, waiting for their self-consciousness to dissolve, and once they started moving and interacting naturally, the perfect shot just came together.

Chuto no...

António Conceição cessou hoje, após a 13ª jornada, as suas funções de treinador do Vitória de Setúbal. Para mostrar que no clube sadino o emprego é tão estável como um candeeiro de lava, diga-se que Toni foi contratado ia o campeonato na 4ª jornada, para ocupar o lugar de Hélio Sousa que por sua vez tinha substituído Norton de Matos há um ano, num período extremamente difícil em que grande parte do plantel ameaçava rescindir devido a salários em atraso.
Será que os dirigentes do clube sabem o que é um projecto?

Tomahawk - God hates a coward


Tomahawk é mais um dos projectos do inquieto Mike Patton.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Quando a foto não mente

É impressão minha ou a Carolina Salgado já está com ar de presidiária na capa do seu livro?

sábado, 9 de dezembro de 2006

Quantos euros valem o Zé e a Maria?

Nos últimos dias, nos meus momentos de solidão laboral, tenho tido a companhia da informativa TSF. Esta 5ª ouvi uma interessante entrevista a um dos principais personagens (esqueci-me do nome do senhor) da luta contra a co-incineração em Souselas e no Outão. Desde os meus tempos de estudante em Coimbra que sempre ouvi e concordei com inúmeros argumentos fundamentados contra o processo de destruição de resíduos proposto pelo governo. Como referiu o entrevistado (qual era mesmo o nome? Pelo menos sei que não grama o Sócrates), será que não basta à população de Souselas e de Coimbra a poluição da cimenteira, responsável pelo elevado número de doenças oncológicas na pequena povoação? A própria natureza dá-nos sinais de defesa ao gerar na zona seres vivos maioritariamente do género feminino, mais resistente à doença.
Quando inquirido sobre as possíveis alternativas, o senhor (sei que é advogado e foi candidato a deputado pela Europa pela AD no tempo do Sá Carneiro) defendeu a criação de raíz de um equipamento que permite a destruição dos resíduos a temperaturas bastante elevadas de modo a evitar a emissão dos gases nocivos (não me lembro do nome do processo).
Bem, depois destas frases vagas devido ao mau estado da minha memória e por ser alguém com poucos conhecimentos técnicos na área, gostava de perguntar ao nosso PM se a vida dos portugueses tem um preço?
Situação idêntica ocorre com a antiga IP5, transformada recentemente na actual A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, servindo para além do primeiro os distritos de Viseu e da Guarda. Qual a razão por não se ter construído uma auto-estrada de raíz na mais importante ligação rodoviária a Espanha? Eu conheci a estrada nos anos 90 e sempre a achei sinistra devido à sua sinuosidade, à falta de visibilidade nas zonas de nevoeiro, ao constante convite a ultrapassagens perigosas, à escassez de quilómetros com dupla faixa...
Actualmente percorro parte do seu traçado todos os dias e a sensação de segurança é enorme. O traçado de carrossel continua mas acabaram-se as aparições de carros tresloucados à nossa frente, o separador central está sempre presente e nas zonas de subidas acentuadas chegam a existir três faixas de rodagem (no mesmo sentido) para facilitar a circulação. Resultado: Acidentes e vítimas diminuíram consideravelmente.
E se tivesse sido construída assim originalmente? Não se teriam evitado muitas tragédias? Terá sido para poupar? Falta de visão?

Quando é que isto acaba?


Como parece que quem faz estas coisas não tem senso do ridículo, fiquei a saber que daqui a cinco anos vão lançar um filme no qual o antigo actor porno viaja para o passado para enfrentar um T-Rex. Em 2280, no Rocky 275, Stallone, com um corpo mumificado movido a choques eléctricos, combate contra Floppy o "mau comó caraças" Alien.
Chegou-me também aos ouvidos que Luís Filipe Vieira pediu ao actor, enviando-lhe um requerimento assinado por 6 milhões de lusos, para realizar um filme mobilizador e moralizador no qual combatesse e vencesse o sistema do futebol português. Resposta: "Para já só faço filmes sobre boxe, não de ficção científica ou fantasia."

domingo, 3 de dezembro de 2006

Mais blogs


Há um leque de blogs dos quais sou leitor assíduo, estando a maior parte na minha secção de links. Mas como o que é bom nunca é demais, gostaria que me indicassem alguns blogs que sejam do vosso agrado.Não importa a temática pois o que me interessa é descobrir coisas com valor e interesse. Obrigado.

Litvinenko

Ao ler o interessante blog de José Milhazes, Da Rússia, fiquei a saber que os antigos serviços secretos soviéticos tinham a seguinte máxima: "No KGB só se entra, não há saída".

Mutts - A vida não pode parar

Esta tira faz-me lembrar um pequeno cão que conheço que ficou sem uma perna num acidente com um comboio. Quando passo por ele é impossível não notar a sua determinação no modo como acompanha a idosa dona nos passeios, dando os seus pulinhos vivaços, de olhos alegres e com a sua inevitável língua de fora.
Quando há cadela com cio no prédio vizinho, lá está ele à porta à espera da oportunidade.

The Simpsons Movie

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

O eterno segundo opina

Após alguns comentários bloguísticos e pessoais sobre o post "o eterno segundo", entendo que é conveniente esclarecer alguns aspectos.
Em primeiro lugar digo-vos que, apesar do meu ar ingénuo e puro, tenho "conhecimento" do modus operandi de recrutamento que tanta maledicência cria na função pública.
Todavia, como não sou jornalista da TVI ou de algum tablóide não posso estar a levantar suspeição sobre determinadas pessoas ou instituições sem provas concretas (estou tão politicamente correcto). O propósito do meu comentário anterior ("o eterno segundo") é realçar, através de factos e não de suposições, como os concursos são mal feitos, podendo originar injustiça e falta de transparência.
Mediante os dados apresentados, talvez não fosse má ideia os municípios perderem autonomia no que concerne à escolha dos critérios a aplicar nos concursos de pessoal, passando estes a ser uniformes em toda a administração pública.
Aproveitando o que já está previsto na lei, defendo que a avaliação curricular, a entrevista profissional e a prova escrita de conhecimentos deveriam ser sempre os critérios a ter em conta. Para além disto, de modo a permitir uma correcta avaliação do candidato do ponto de vista técnico, considero que seria justo que alguém da área ou categoria profissional do lugar em oferta fizesse parte activa do júri.
E porque não gravar as entrevistas para posterior consulta em caso de dúvida?
Creio que é mais proveitoso criticar factos objectivos e sugerir alterações ao sistema do que simpesmete constatar que existem cunhas. A verdade é que criticamos, berramos, sussurramos, reclamamos mas nada se resolve. A única reflexão realizada é sobre a natureza da cunha (política, familiar, sexual, económica, compadrio, etc.) Continuamos com os nossos comentários sarcásticos, a assobiar para o lado até ao dia em que desistimos, temos sorte, mérito ou somos também tocados pela tão criticada cunhice.
E será a cunha sempre injusta? Não haverá favorecimentos mais compreensíveis do que outros?

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Lovage - Book of the month


Lovage é um dos inúmeros projectos de Mike Patton. O seu único álbum designa-se "Music to make love to your lady by", lançado em 2001. Neste grupo também participam Dan the Automator e Jennifer Charles, dona de uma voz muito sensual.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

O eterno segundo

Recentemente particiepei em dois concursos públicos para técnico superior de arquivo em dois municípios portugueses. Das duas vezes fiquei em segundo. Se não fosse um tipo optimista e não estivesse a trabalhar, provavelmente já andaria a tomar Xanax.
Sobre o último, sem questionar a sua validade, há pontos que me suscitam reflexões:
1. Para a minha classificação final apenas foram tidas em conta a nota obtida na prova escrita e na entrevista profissional. Então e a avaliação curricular? As notas que tirei na licenciatura e na pós-graduação, as formações realizadas e a experiência laboral não deveriam entrar nas contas? O curioso é que a mesma câmara, para a contratação de auxiliares de educação (trabalhadores que merecem toda a minha consideração), já considerou a avaliação curricular como critério pertinente e pontuável para a classificação final.
2- Se o concurso era para um técnico superior de arquivo, não seria proveitoso ter um profissional do ramo como membro do júri? Se a autarquia não tem um nos seus quadros pode sempre pedir auxílio ao respectivo arquivo distrital. Assim, normalmente acabamos sempre por ser julgados por chefes de divisão e por um inevitável técnico superior de biblioteca. Biblioteca e arquivo são coisas totalmente distintas do ponto de vista técnico! Infelizmente as pessoas não têm esta percepção e isso acaba por se reflectir no género e qualidade das questões feitas nas entrevistas. Lembra a alguém colocar um veterinário a avaliar um médico ou vice-versa?

Claro que se tivesse ficado em primeiro não estava a escrever isto.

Money

E assim se gasta dinheiro. Vejam aqui

domingo, 26 de novembro de 2006

Opinião de Mike Patton


Mike Patton é um dos músicos que mais admiro devido à sua criatividade, orginalidade, audácia e inquietude. Para além de ter sido vocalista dos saudosos Faith No More, participou ou participa em projectos como Mr. Bungle, Fantomas, Tomahawk, Peeping Tom, Lovage, etc., e tem colaborações com artistas como John Zorn, Rahzel, Kaada, entre outros.
Achei muito curiosa a sua opinião sobre os Wolfmother, uma jovem banda com fortes influências do rock dos anos 60 e 70. Já ouvi o álbum dos Wolfmother mas confesso que tenho de o fazer de novo para construir uma opinião sólida. À primeira vista pareceu-me algo simples embora o single Woman, que se ouve neste vídeo, tenha uma malha cativante. Mas percebo o pensamentode Patton apesar de considerar que há coisas muito piores para nos fazer vomitar.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Blogar Aveiro?

Alguém está interessado em criar um blog conjunto sobre a cidade/região de Aveiro?

American Splendor

Excelente filme sobre Havey Pekar. Paul Giammatti no seu melhor.

Harvey Pekar: You don't have any problems with moving to Cleveland?
Joyce Brabner: Not really. I find most American cities to be depressing in the same way.
Harvey Pekar: And you're OK with the vasectomy thing?

The 300 Spartans

Inspirado pelo teaser do 300, decidi ver The 300 Spartans, datado de 1962 realizado por Rudolph Maté. Um bom filme histórico à maneira antiga, onde as batalhas, os figurantes e as paisagens ainda não são substituídos por técnicas digitais.
Os 300 Espartanos e o seu rei Leónidas colocaram os persas em trabalhos. Para mais informações leiam uns livros de história clássica.

Hydarnes, Commander of the Immortals: [Xerxes has sent an emissary to demand the Spartan surrender] yesterday, we only probed your positions. When we attack today, our arrows will blot out the sun!
Leonidas, Spartan King: Good; then we will fight in the shade.

Se alguém estiver interessado em participar

http://www.globalorgasm.org

terça-feira, 21 de novembro de 2006

World Press Photo of the Year 2001

World Press Photo of the Year 2001
Autor: Erik Refner, Denmark, Berlingske Tidende.
Jalozai refugee camp, Pakistan, June 2001
The body of an Afghan refugee boy is prepared for burial.
Refner went to pay his condolences to the dead boy's father and was allowed to take pictures of the preparations for his burial. The enormous interest in his work generated by the award kick-started his career. He was just a mere student before.

A Perfect Circle - Judith


Por diversas razões, Judith é uma das minhas músicas preferidas. Faz parte do álbum Mer de Noms, trabalho de estreia dos A Perfect Circle, curiosamente editado em 23 de Maio de 200, um dia muito especial. A letra não é muito católica.

Visitas de estudo

Dos meus tempos de escola lembro-me que havia dois tipos de raparigas, as que nas visitas de estudo iam para a traseira do autocarro e as que passavam a viagem a cantar música pimba.
Claro que havia as outras, as "normais", mas essas não inspiram a maledicência.

sábado, 18 de novembro de 2006

Quem tramou Santana Lopes?

Alguém já leu o livro de Santana Lopes? Eu não. Como qualquer bom estudante de liceu estou a utilizar as sebentas (entrevistas do autor a televisões, jornais e revistas) com resumos em detrimento da obra.
Esta quinta-feira passada, enquanto esperava pela transmissão do Seinfeld, fui aquecendo os sorrisos e gargalhadas mentais com a presença de Pedro Santana Lopes na RTP1.
Foi uma entrevista algo desconcertante pois, desde o seu início, com o rol de queixas e lamentos do entrevistado, perguntei-me se estava a ver um programa da Judite de Sousa ou um daqueles programas das manhãs (aka Freak Shows) nos quais os coitadinhos e azarados deste país contam as suas misérias com a lágrima no olho para deleite de uma cambada de parasitas voyeurs sádicos. Fiquei também a saber que o ex-autarca da Figueira quer afastar-se da política activa e do seu PPD/PSD (é mais fácil acreditar que o Pai Natal existe e que durante o Verão ganha a vida como travesti num bar na zona do Intendente mas tudo bem). Para além de ouvir algumas propostas para o país (deve ter pensado: "oh tempo volta para trás"), tomei consciência que se o Benfica está no Guinness Book por ser o clube do mundo com mais associados, Santana Lopes também lá podia constar devido ao seu elevado número de inimigos.
Assim, segundo as suas actuais palavras e recuando a vossa memória para o Outono de 2004, pergunto-vos:
Quem tramou Santana Lopes?
Jorge Sampaio?
Cavaco Silva?
A fotografia de Cavaco Silva?
O stôr Marcelo?
Marques Mendes? Manuela Ferreira Leite?
A convergência de esforços entre Expresso e Público?
A Capital de Luís Osório?
José Sócrates?
Durão "Fujão" Barroso?
Henrique Chaves?
A grande e pouco sábia boca de Rui Gomes da Silva?
O secretário de estado da agricultura que já se estava a ver a morar em Santarém?
O secretário de estado da educação que tinha de vir para Aveiro?
A central de comunicação?
As revistas rosadas? Cinha Jardim?
O por si despedido Carlos Queiróz?
Frank Gehry?

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Onde está o X?

300


Por norma não gosto de ver trailers mas este está assombroso. O filme promete. Espero que não seja mais uma gigantesca produção americana com bonitas imagens mas com um argumento ruínoso cheio de clichés.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Polónia 1944

As SS chegam a uma pequena povoação polaca e fazem refém a população.
Um jovem polaco consegue iludir os nazis e acaba por se evadir sendo de
imediato seguido por um SS.
A certa altura o SS leva a arma à cara e prepara-se para abater o jovem
polaco.
De repente ouve-se a voz de Deus vinda do céu:
- Pára desgraçado, não dispares. Esse polaco um dia será Papa.
Perplexo o alemão responde:
- Sim Senhor. Então e eu??
Responde Deus:
- Tu serás a seguir.

Beit Hanoun

"Sangue misturado com água espalha-se por uma rua de Beit Hanoun, no Norte da Faixa de Gaza, onde ontem 18 civis palestinianos, entre os quais oito crianças, foram mortos num ataque do Exército israelita."
Foto: Khalil Hamra/AP
Retirado do site do Público em 09/11/2006

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Frase do dia

"Os Democratas não se vão queimar por causa de uns barbudos de turbante."
Frase de Luís Costa Ribas na Sic Notícias, resumindo a posição dos Democratas quanto à possiblidade de mudarem a política respeitante ao Médio Oriente e ao terrorismo.

Vaticano em marcha

É por causa de notícias destas que eu me divirto com o Vaticano.

Pobres cowboys

Os cowboys estão a atravessar um momento negro. Perderam o Congresso para os Democratas, o alegre presidente Bush tem os índices mais baixos de popularidade do último século (com a excepção de Nixon nas vésperas da sua demissão) e o Donald Rumsfeld, depois de deixar a sua marca sangrenta no mundo, foi corrido.
Já agora, este também não merecia ir a tribunal?

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

O enforcado

Que grande western. Perseguido pelo vasto e rico deserto iraquiano pelos justiceiros e desinteressados cowboys, o fora-da-lei Saddam acaba enforcado. Só faltou o saloon com umas meninas a dançar o cancan.


Depois da caricatura

Acabei de ver uma conferência de imprensa do Paulo Bento e o treinador do Sporting não disse uma única vez TRANQUILIDADE nem repetiu palavras nas suas pausas respiratórias. A musicalidade espanhola e o risco ao meio continuam.

sábado, 4 de novembro de 2006

Schism

Depois de ver uma enjoativa peça na RTPN sobre os prémios europeus da MTV, na qual foram referidos valorosos artistas como a afónica e ginasticada Madonna, os pouco originais Muse, o fastidioso Moby, o disney kid Justin Timberlake, a siliconada e plástica Christina Aguilera (esta até tem boa voz, já as músicas...), o "nunca fiz nada de jeito, pareço um sapo a dançar mas tenho estilo" Puff Daddy e o "tenho olho para o negócio" Pharrel, resolvi colocar no blog uma música a sério de uma banda a sério. Claro que cada um tem os seus gostos (e tem todo o direito de os ter!).
"Schism" é um tema incluído no álbum "Lateralus" dos Tool, lançado em 2001.

Há quem diga que os Tool são os Pink Floyd do nosso tempo. Eu considero-os ainda melhores.

Dá que pensar

Vi este vídeo do Instituto de Apoio à Criança no excelente blog de Marco Oliveira. Pelo que li, é um anúncio galardoado internacionalmente mas, curiosamente, parece que nunca ou pouco passou na televisão portuguesa. No mínimo dá-nos que pensar.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Mister Danger

Ao ler esta notícia e ao analisar esta sondagem, questiono-me se não seria pertinente o resto do mundo votar nas eleições americanas.

Dr. Strangelove

"Dr. Strangelove or: How i learned to stop worrying and love the bomb", é certamente um dos melhores filmes que vi. Datado de 1964, é realizado pelo mestre Stanley Kubrick, também responsável pelo guião, baseando-se no livro "Red Alert" de Peter George.
Kubrick, claramente inspirado pelo seu tempo e país, criou uma comédia genial que parodia a tensa Guerra Fria, a corrida ao armamento nuclear, as chefias militares e políticas e as suas complexas cadeias de comando. Como não podia deixar de ser, sendo um filme concebido alguns anos depois do Macartismo, a paranóia anticomunista é um assunto constante e inevitável.
Peter Sellers tem uma performance fantástica, interpretando três personagens. George C. Scott é assombroso na interpretação do belicista e galã General Buck Turgidson.
Só lamento o tempo que demorei a vê-lo. Aproveito para louvar a iniciativa do Cineclube de Aveiro que o exibiu gratuitamente no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, no âmbito do ciclo "Comédias Imperfeitas".

[Strangelove's plan for post-nuclear war survival involves living underground with a 10:1 female-to-male ratio]
General Buck Turgidson: Doctor, you mentioned the ratio of ten women to each man. Now, wouldn't that necessitate the abandonment of the so-called monogamous sexual relationship, I mean, as far as men were concerned?
Dr. Strangelove: Regrettably, yes. But it is, you know, a sacrifice required for the future of the human race. I hasten to add that since each man will be required to do prodigious... service along these lines, the women will have to be selected for their sexual characteristics which will have to be of a highly stimulating nature.
Ambassador de Sadesky: I must confess, you have an astonishingly good idea there, Doctor.

Mean Creek e Tsotsi

Pequena Vingança (Mean Creek)
Realizado e escrito por Jacob Aaron Estes, este filme de 2004 aborda um assunto comum na sociedade americana, o bully da escola. Apesar da aparente banalidade do tema, o desenrolar e final da história está muito bem concebido, originando facilmente um processo de identificação de sentimentos entre personagens e espectadores. É daqueles que cativa o interesse.

"If you could snap your fingers right now and he would drop dead in his tracks, would you do it? "

Tsotsi
Uma obra de 2005 dirigida por Gavin Hood, vencedora do Óscar para melhor filme estrangeiro, dá-nos o retrato da sociedade sul-africana na qual abunda a criminalidade, pobreza e violência. O ponto forte deste filme, para além da trama que envolve o protagonista, é ter o mérito de provar que as sociedades e os indivíduos são entidades complexas e contraditórias onde muitas vezes cohabitam os extremos. O rico cohabita com o miserável tal como o assassino aparentemente sem moral ama uma criança.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Experimenta-se antes?

Há uns tempos, numa daquelas grandes superfícies comerciais de bricolage alvos da devoção domingueira dos portgueses, li o seguinte aviso:
"Não se aceitam devoluções de tampos de sanita por motivos de higiene".
Então e se o cliente tiver o rabo rechonchudo e o dito não couber?

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Cogumelo

Cogumelo.
Autor: Mafalda
Serra do Buçaco, 28 de Outubro, 2006

Mundo desportivo

O melhor piloto de F1 de todos os tempos retirou-se. Schumacher, apesar de alguns momentos de falta de desportivismo e batotice na sua carreira, foi dos pilotos que observei até hoje o que exibiu mais técnica, inteligência,profissionalismo e vontade de vencer.
Valentino Rossi, que para além de ser o melhor é o mais excitante motociclista do momento, perdeu este domingo o campeonato de Moto GP para Nicky Hayden devido a uma má largada e uma queda na corrida de Valência. Para o ano não lhe escapa.
O Fê Quê Pê lá venceu o Ésse Él Bê, se bem que na má educação dos dirigentes as coisas andem bem empatadas. O José Veiga, ex-presidente da casa do FCP do Luxemburgo, ainda tentou fazer as pazes no túnel com os seus antigos e prezados consócios mas foi mal entendido.
O Beira com a sua arma secreta de peso Mário Jardel, impôs um empate a três ao Sporting num bom jogo de futebol. Agora só falta baixarem os preços para ter o estádio composto. Esperemos que a classificação melhore depois do jogo com o SLB. Pelo menos o calendário vai ficar mais favorável.

Afinal o amigo não era assim tão oculto

É impressão minha ou "O amigo oculto" tem a mesma linha de argumento d"A janela secreta"?

domingo, 29 de outubro de 2006

Música


No Público de hoje vem um interessante artigo sobre a forma como os múltiplos suportes e formatos estão a alterar o consumo e o percepcionar da música. Para além da sua posse estar à distância de um clique, conscientemente ou não, lidamos com ela em grande parte do nosso quotidiano. Está presente na publicidade, nos inúmeros canais de televisão que lhe são dedicados, nos telemóveis, a moldar o ambiente em comboios, nos centros comerciais, no nosso carro e nos já indispensáveis leitores de mp3. Com isto, e como refere o artigo, felizmente as pessoas têm hoje muito mais oferta e possibilidade de escolha, estando o acesso facilitado. Por outro lado, para além de existir muito lixo, a relação do público com a música pode estar a tornar-se menos profunda, sem grande exploração do seu valor e do artista, prevalecendo uma relação de ouvir e deitar fora (ou esquecer no disco até ser formatado), diminuindo os fenómenos de fidelização. Segundo alguns dos citados no texto, actualmente com estas facilidades as pessoas coleccionam gigas de música em vez de a ouvir.
Pessoalmente, julgo que esta facilidade de acesso à música é óptima. Lixo sempre existiu e sempre existirá e quem o consome e produz tem todo o direito de o fazer. O problema põe-se ao sermos obrigados a ouvi-lo quando estamos numa superfície comercial ou num comboio. Outra das vantagens do panorama actual é a possibilidade de muitos artistas de valor poderem divulgar as suas criações sem estarem tão condicionados pela acção das editoras, agentes e outras mentes iluminadas e endinheiradas. Outro aspecto positivo é o de, com estas novas formas de contacto, ser mais fácil desenvolver gostos musicais heterogéneos nas pessoas, acabando com determinismos como "só ouço hip hop" ou só ouço metal". Por fim, ouvir música anda mais barata.
Contudo, concordo com a afirmação de se andar a coleccionar em vez de ouvir. Muitas vezes tenho esse comportamento. Ouço uma banda. Gosto logo descarrego. Depois vejo as suas influências e projectos paralelos ou similares. Descarrego. E assim sucessivamente. Neste percurso acabam por ficar inúmeros álbuns perdidos em DVDs, discos e leitor de mp3.
Neste contexto no qual as relações com as criações são cada vez mais rápidas, tenho também receio que o conceito de álbum enquanto obra composta desapareça (Dark Side of the Moon ou Lateralus).

Só um pequeno apontamento:
Alguém me pode explicar a razão de neste tipo de artigos pessoas, com maior ou menor responsabilidade, estarem constantemente a referir o Ipod? Pelo que ouço e leio parece que IPod é igual a qualquer outro leitor de mp3. São muito bonitos mas há produtos de outras marcas com mais capacidade, mais baratas, melhor som e mais simples de usar.
Já quando foi aquela história dos mp3 e direitos de autor (alguém recebeu alguma cartinha como eles advogaram?) fizeram uma publicidade louca ao iTunes. Até puseram um maestro a dizer que dava ao seu filho 50 euros para ele comprar música legalmente nesse serviço. Também há outros formas de comprar música digital, ok?

sábado, 28 de outubro de 2006

Sábado de manhã


As minhas manhãs de Sábado de infância serão sempre uma lembrança especial. No tempo em que acordava cedo, ligava a televisão e dedicava-me aos desenhos animados de pijama vestido. Num período em que a minha principal preocupação era saber o que construir com os legos, lembro-me de ver séries como o He-Man, os Transformers, os Cavaleiros de Zodíaco, o Dartacão, Era uma vez o Espaço e, por exigência familiar, coisas menos felizes como o Pequeno Ponei.
O tempo passou, surgiram as consolas e os computadores, as noites de Sexta foram-se tornando mais longas, os interesses mudaram e as manhãs televisivas foram diminuindo, tendo, inclusivamente, sofrido durante dois anos com aulas das 9 às 13 na Invicta. Uma barbaridade!
Actualmente, as noites longas e a descoberta do programa de Carlos Amaral Dias e Carlos Magno na Antena 1 afastam-me da televisão matinal. Quando a ligo, aos Sábados claro está, alterno entre as repetições dos Simpsons e do Seinfeld. Ferramentas hilariantes para espalhar o sono e acompanhar o pequeno-almoço.
Todavia, hoje no zaping realizado durante um período de publicidade (nunca percebi o porquê de ver anúncios) reparei num programa da inconfundível TVI chamado Lux. É um daqueles programas onde aparece gente bonita, sempre morena, depilada, cremosa, sorridente, alegre, festiva, famosa, a emanar auras de sucesso. Enfim, pessoas que nos fazem sonhar e sentir a nossa mediocridade.
Naquele mar de honesta boa disposição e lightismo (palavra inventada), reparei em algo que me fez questionar. Alguém me pode explicar por que raio os bonitos, morenos e espirituosos entrevistadores olham sempre para a câmara quando interpelam os ditos famosos? É para se evidenciarem? Para mostrar a sua beleza? Os dentes brancos? A sua irritabilidade e mente vazia através da riqueza das perguntas?
Nesse pequeno excerto da reportagem (que me perdoem os verdadeiros jornalistas por aplicar este termo) ainda pude ver a mãe do rock português, José Cid, a cantar numa festa de morenas e depilados. Será que ele acredita mesmo que tem talento?

A ânsia pelo vinhinho

No mesmo restaurante nas docas de Gaia, três jovens sentados numa mesa chama o empregado e reclamam:
- Então e as bebidas? Já levaram a ementa, já pedimos, como é?
- Ai! - exclama o empregado já mal humorado - O que querem?
- Então era vinho. - pedem.
O empregado franze a testa, abre as narinas e manda:
- Vinho?! Ai vocês querem vinho?! Já agora convém dizer se é tinto, branco, da casa...

Um pedido mal formulado na zona do nosso país com mais garrafas de vinho de diferentes tipos e marcas por quilómetro quadrado.

O ritual da escolha

Num restaurante em Gaia, entra um casal nos seus cinquentas que se senta ao meu lado. O homem pega na ementa e observa o que há. Passa-a à mulher que faz o mesmo. Esta volta a passar ao marido. Este abre-a e faz nova leitura. A certa altura vira-se para a mulher e diz:
- Já decidiste?
- Ainda não. - respondeu a senhora.
- Ainda não?! Então passaste a ementa para aqui para quê? Vou ter de a dar de novo para escolheres? - interrogou em tom chateado o marido.
- Então tu também já a tiveste duas vezes na mão! Já decidiste? - retorquiu.
- Pronto, eu quero filetes. - despachou o homem.

Estamos sempre à espera da decisão dos outros para tomar a nossa.
Ah! De referir que depois deste diálogo, a senhora fez um mono ligeiro. Segundo o meu dicionário, mono ligeiro é uma reacção de desagrado expressa através do silêncio, de uma cara sisuda e do desviar do olhar.
Como estava mesmo ao lado, ficou 5 minutos a olhar para mim.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Alex Grey - o artista místico

O YouTube é fantástico. Descobri este vídeo com uma entrevista de Alex Grey e fiquei espantado com o que vi e ouvi. Como sou um grande céptico, ateu, descrente blá blá blá, acredito que o narrado seja apenas uma coincidência. Ora vejam:

A Marcha dos Pinguins

Este filme é um hino à vida e à beleza.Duvido que haja actores mais bonitos e dedicados do que estes. Aconselho a verem os extras que acompanham a obra para compreenderem o esforço empregue na sua criação por parte da equipa liderada por Luc Jacquet.

A culpa é delas pois claro

Parece que um suposto líder religioso muçulmano, cuja representatividade desconheço, radicado na Austrália, terá dito que se as mulheres usassem véu a cobrir o rosto não seriam vítimas de ataques sexuais.
Ou seja, para este iluminado todas as mulheres são umas potenciais galdérias ninfomaníacas de coxas ansiosas sem direito a dizer não ou a escolher parceiros. Verdadeiras tentações para os pobres homens quando manifestam a sua condição feminina e individualidade.
Só falta defender a descriminalização dos abusos sexuais.

Tool - Hush


Em 1992 os Tool lançavam o seu primeiro trabalho, um EP designado Opiate. Hush foi o primeiro single, sendo o único vídeo em que aparecem os membros da banda.
Dia 5 de Novembro no Atlântico.

domingo, 22 de outubro de 2006

Raízes

Depois disto, alguém está a ver o Corto Maltese a ser contabilista ou dentista?

sábado, 21 de outubro de 2006

Sarah Slean - Lucky me


Já tinha visto este vídeo de Sarah Slean noutros blogs e achei-lhe imensa piada devido à expressividade da artista. Agora redescobri-o no Youtube e está a tornar-se viciante. Lucky me faz parte do álbum Day One de 2004.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Ai administração pública

Esta semana estive numa interessante formação para profissionais da informação e documentação em Lisboa. No fim e depois de ouvir um rol de queixas e desabafos, cada vez mais me convenço que uma parte substancial dos problemas da administração pública está na incompetência, falta de visão e desinteresse das chefias intermédias e superiores.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Que o Estado não se demita das suas funções

Estou satisfeito com os passos que têm sido dados no sentido da descriminalização do acto de abortar. É bom acabar com a hipocrisia, com os torturantes julgamentos, proporcionar o direito de escolha e terminar com práticas perigosas para a saúde física e mental da mulheres envolvidas.
Contudo, espero que este avanço o Estado não se torne um Pilatos, deixando de exercer as suas obrigações no domínio da informação contraceptiva e no apoio às mulheres e famílias que decidem concluir as suas gravidezes (no vernáculo pode ser usado o termo gravidezas). Pensando bem reformulo o que disse, em relação a este último ponto o nosso governo já lava as mãos há muito tempo. Quanto à informação, comigo a coisa funcionou, pois na escola, não posso precisar o ano, aprendi as maneiras de evitar que as sementinhas fizessem das suas. Mas para além dos habituais distraídos, existem as pessoas que, infelizmente, estão inseridas em realidades sócio-económicas complicadas, que não recebem convenientemente esta informação ou não têm capacidade para a assimilar, gerir e aplicar. Por isto, os esforços do Estado e da sociedade civil juntos destes nunca são demais, no que concerne à informação, planeamento familiar e à melhoria das condições de vida.
Estes dias tenho ouvido e lido muitas mentes preocupadas com a possiblidade da discriminalização ser um sinal de facilitismo junto da população, levando esta a adoptar o acto de abortar como mais um método contraceptivo. Não creio que isto vá acontecer. Julgo que generalidade das mulheres, exceptuando alguns casos de miséria humana ou intelectual, abortar é uma decisão de último recurso, sendo uma experiência brutalmente traumatizante do ponto de vista psicológico e físico.

A frase

" Primeiro fecham-se as maternidades ... Depois legaliza-se o aborto ... Agora abrem-se clínicas de aborto... O país a envelhecer e as crianças a desaparecer... É assim que vamos ser um país moderno? "

A frase é do senhor Fernando Vieira, do Porto, que comenta assim, no site do Público, a notícia do interesse de uma empresa espanhola em abrir uma clínica em Lisboa para praticar a interrupção voluntária da gravidez.

domingo, 15 de outubro de 2006

Não serão os blogs uma expressão de narcisismo?

Narciso de Caravaggio, 1546-1548, óleo sobre tela.

World Press Photo of the Year 2002

World Press Photo of the Year 2002.
Autor: Eric Grigorian, Armenia/USA, Polaris Images.
Qazvin Province, Iran, 23 June 2002.
Surrounded by soldiers and villagers digging graves for victims of earthquake, a boy holds his dead father's trousers as he squats beside the spot where his father is to be buried.
Battling the light, and his discomfort, Grigorian shot only five frames, including his winning shot of a boy, who he says seemed oblivious to the world.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Ignorância

Uns pais zelosos de Santa Maria da Feira estão a impedir que as suas crianças frequentem o respectivo jardim de infância. Isto deve-se ao facto de uma tarefeira, recentemente contratada, ser portadora do vírus HIV. Segundo a reportagem da RTP, esta senhora teve problemas de toxicodenpendência há cerca de nove anos. A sua filha é deficiente motora e portadora do mesmo vírus, também frequenta a mesma instituição. No ano passado, os pais já não gostaram da entrada desta criança no infantário e este ano repetiram a brincadeira.
Os seus argumentos são de uma riqueza extrema. Alguns entrevistados afirmavam que eram contra a presença da senhora por esta não exercer as suas tarefas de limpeza dos espaço, estando antes a tomar conta da sua filha, aproximando-a das outras crianças. Outra ainda disse: "ao menos podia usar luvas". Presumo que se fosse um professor não poderia dar aulas ou então teria de se envolver numa grande bolha de latex.
Sugiro que as educadoras de infância ponham as crianças a fazer cartazes sobre como se propaga o HIV para mostrar aos queridos pais. Já agora, ensinem-lhes também como se propaga a tuberculose. Essa sim, é de muito mais fácil transmissão.

Sr. Presidente

Apenas um comentário de apreço para com Jorge Sampaio (o meu presidente preferido até à data pois fez muito pela nação ao despachar o governo de Santana e Portas) que está a desenvolver esforços no sentido de sensibilizar para o problema esquecido da tuberculose.
Hoje, numa entrevista na RTP, ainda o trataram por senhor presidente.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Girls being and doing girls


"TheL Word", que conta as histórias de um conjunto de lésbicas na cosmopolita Los Angeles, é das coisas que mais me cativa na miserável televisão nacional. Coloquei o vídeo do genérico por julgar que está bem conseguido.
Acho particular piada quando uma delas diz a um homem que é lésbica e, após o sorriso deste, afirma que é mesmo lésbica e que não gosta de coisas a três.
Estou a pensar em sugerir aos autores mudar o título para "The F Word" devido à presença constante da palavra fuck nos diálogos.

domingo, 8 de outubro de 2006

Corte de cabelo

Acho o retrato da Blondie fascinante (ler post anterior primeiro). Para além do seu carácter cómico e verdadeiro, traz-me algumas recordações e suscita-me interrogações.
Talvez por ser um pouco minimalista quanto à aparência das pessoas, não páro de questionar-me sobre o motivo que leva algumas mulheres ( e também homens) a este acto de masoquismo. O balúrdio que se gasta, o tempo perdido, a dor física, os resultados duvidosos...
Há anos que não vou a um barbeiro. A verdade é que nunca lá gastei mais do que uns 6 ou 7 euros mas desde que adoptei um penteado militar, passei a fazer o serviço em casa. Claro que para a maioria das mulheres o rapanço está fora de questão (se bem que até acho piada o visual da Sigourney Weaver no Alien ou da angelical Sinead O'Connor).
No tempo em que acreditava que iria ter uma reforma na velhice, ou seja, quando era pequeno, frequentava o salão aqui do meu bairro, nos subúrbios de Aveiro, no qual passei por ricas experiências. Recordo-me que das primeiras vezes que lá entrei, a cabeleireira virou-se para a minha mãe e disse: "Olhe, vou-lhe fazer um penteado à PANQUE (punk), espetado. Está muito na moda." Bem, isto passou-se em 88 ou 89. Naquele tempo as modas chegavam uns anos atrasadas ao bairro. Nem fiquei com mau aspecto apesar do cabelo pastoso. Claro que na escola fui logo alvo de chacota e cruelmente apelidado de ouriço para castigar a minha diferença. Mas como as minhas histórias acabam sempre bem, direccionei a raiva sentida contra aquelas mentes castradoras para os estudos. No ano lectivo de 1991/92, quando terminei o 4º ano, fui considerado o melhor aluno da minha escola primária. Se ainda mantivesse o penteado, de ouriço provavelmente passariam a chamar-me punk marrão.
As minhas idas à cabeleireira do bairro continuaram. Do penteado punk passei para o mais atinado risco ao lado que rapidamente evoluiu para o modelo Beverly Hills 90210 (risco ao lado mas com a elaborada poupinha). Foi neste período que percebi o potencial jornalístico de um salão de cabeleireiros. Óbitos, dívidas, aquisições, casamentos, divórcios, relações extra-conjugais dos habitantes locais, tudo noticiado e intensamente debatido por grandes profissionais do tricot.
Apesar deste retrato, a minha cabeleireira era alguém com grande influência junto de uma das mais altas figuras do estado da época. Sempre que lá ia, ouvia-a gabar-se de ter escrito uma carta a Cavaco Silva, na altura PM, a solicitar a atribuição de uma habitação social, tendo tido sucesso. Depois desta história vinha sempre o apelo ao voto nos laranjas.
Para além de jornalismo e de política, aquele salão foi também local de verdadeiros actos de espionagem, a recordar os animados tempos da Guerra Fria. Certo dia, enquanto passeava no bairro de bicicleta, um senhor num mercedes chamou-me e disse: "Vais ali à cabeleireira e vês se lá está uma senhora de cor (ele deve ter dito preta mas...). Dou-te 20 escudos." Se fosse hoje, tinha logo telefonado à TVI, punha uma câmara escondida... Lá fiz o jeito ao homem. Entrei no salão, espreitei e pisguei-me dizendo que me tinha enganado na porta. A senhora não estava lá mas recebi os 20 paus á mesma. Deu para um gelado de laranja da Olá.
Os tempos passaram, fiquei adolescentemente sofisticado e tornei-me cliente de um barbeiro.

Actualmente, é um universo que conheço mal todavia suscita-me profundas interrogações.
Já repararam que as cabeleiras têm sempre um cabelo horroso? Como é que inspiram confiança às clientes? Eu não arriscava. Coloquei esta questão no post da Blondie e ela deu-me uma boa resposta: elas são cobaias umas das outras.
E os cabeleireiros homens? Por que razão na sua maioria são efeminados? Será estratégia de marketing? Talvez um tipo grandalhão, de barba e braços peludos, a falar de futebol espantasse as clientes.

sábado, 7 de outubro de 2006

Cabeleireiros - por Blondie


Devo ser a única das mulheres que detesta ir ao cabeleireiro!
É um grande frete. Só vou mesmo, porque preciso cortar e acho que não conseguiria cortar o cabelo a mim própria.
Eu detesto ir ao cabeleireiro por várias razões.
Logo, quando entramos, deparamos com um cenário de terror, vemos uma sala cheia de cabelos no chão; mulheres de rolos e de papel de alumínio na cabeça; sentimos aquele cheiro hediondo das tintas que se usam para pintar os cabelos; vemos aquelas revistas cor-de-rosa espalhadas pelas mesas, cujos títulos invaravelmente são coisas como "Separados", "Juntos", "Infeliz", "Em férias".
Depois, ficamos eternamente à espera que nos chamem, enquanto isso, já fomos suficientemente torturadas com o barulho dos secadores. Mas pronto! Lá chegamos à famosa cadeira de lavagem de cabelos. Aqui, enquanto nos lavam o cabelo podem suceder-se duas reacções da menina: ou está em dia sim e aquilo até corre bem, parecendo uma massagem; ou ela está em dia não e quase nos arranca o couro cabeludo à "unhada".

Posto isto, lá passámos para a 2ª cadeira (bem mais confortável que a 1ª, pois não temos de colocar a cadeça em nenhum sítio específico), para secar e esticar.Que tortura. Puxam-nos imensas vezes o cabelo até ele ficar liso, às vezes parece que o cérebro vai sair, de tanto puxarem! Por outro lado, enquanto torturadas, somos obrigadas a falar da nossa vida ou da vida de alguém. Ora antes de me sentar nesta 2ª cadeira, entro em pânico "em quem falar; o que vou dizer da minha vida ou de quem vou falar?". Por sorte a minha cabeleireira sabe a minha profissão e então lá fala dos filhos e da situação deles na escola, eu vou palpitando. Ufff...
No entanto, já não é mau o suficiente estarmos ali com metade de cabelo molhado e ondulado, outra metade de cabelo seco e liso, com molas de cores esquisitas na cabeça, ainda somos observadas pelas outras clientes. Às vezes apetece-me levantar da cadeira e gritar bem alto "NÃO OLHEM PARA MIM... SINTO-ME VULNERÁVEL!!!".
Mas temo que não me levassem a sério e , entre dentes, dissessem algo como "É do secador, deve estar quente de mais, está a torrar-lhe os miolos, coitada!" e continuassem como se nada fosse.

Colocado no blog da Blondie no dia 28 de Setembro de 2006.

Bartoon

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Concertos

Para além da imperdível actuação dos Tool (abertura a cargo dos Mastodon) no próximo dia 5 de Novembro que já referi anteriormente, nos próximos tempos aconselho:

Herbie Hancock. Segundo o diário digital, irá actuar dia 16 de Novembro no coliseu de Lisboa e dois dias depois na Casa da Música no Porto.
Wayne Shorter Quartet, dia 8 de Novembro, no Centro Cultural Vila Flôr, Guimarães, concerto integrado no Guimarães Jazz. Dia 9 na Culturgest em Lisboa.

Dave Douglas Quintet, na Casa da Música a 29 de Outubro.

John Zorn Band, a 4 de Dezembro no Theatro Circo em Braga.

Para quem gosta do booty shake, Beyoncé a 24 de Maio no Atlântico ;)

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

A pergunta inevitável.

Então o homem ainda lá está dentro da sucursal do BES. Escolheu bem pois esse pessoal sabe enriquecer.
Há pouco, depois do responsável da PSP terminar o comunicado à imprensa, lá surgiu a pergunta do costume: "Qual é a nacionalidade?"

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Ó caloiro anda cá!

Nunca fui grande simpatizante das tradições académicas, em particular das praxes típicas desta altura do ano. A minha avó ainda me deu o dinheiro para o traje mas foi desviado para uma aparelhagem. Claro que quando acabei a licenciatura não me deu nada. Coerências...
Quanto a serenatas logo percebi que eram boas para os pés. Os cortejos... bem isto é cruel mas os bêbedos sempre despertaram a curiosidade e o humor perverso que há em mim. Ainda existiam umas mainfestações académicas animadas, as greves às aulas e fecho das faculdades como forma de protesto. Para além de serem muito democráticas, eram mesmo muito proveitosas.
No que respeita à praxe, não sendo um adepto, considero-a um fenómeno sociológico bastante interessante e complexo. Quero deixar bem claro que apesar de não concordar com a sua existência, não considero que todos que a pratiquem estejam dominados por um desejo malévolo e avassalador de humilhar os novos estudantes. De um modo geral, as pessoas entusiastas da praxe que conheço, com quem já tive interessantes debates, fazem-no ou fizeram-no visando a integração dos caloiros, em tom brincalhão, de um modo mais ou menos criativo mas sem ultrapassar os limites do bom senso. Por outro lado, por tecer estas palavras não julguem que estou aqui a vingar ou a exorcizar as pesadas praxes sofridas. Fui praxado levemente apenas umas 3 vezes e rapidamente fiquei entediado. A juntar a isto, o facto de ter começado a "ranhosar" com os "Doutores" e de não lhes dar grande confiança, acabou com o interesse. Todavia, ainda tive um "padrinho", um colega cabo verdiano chamado Karl Marx (não era alcunha, era mesmo o seu nome pois vinha de uma família muito politizada). Uma excelente pessoa.
Da observação das praxes constatei:
As actividades eram pouco criativas e entediantes;
Havia caloiros que sentiam uma necessidade extrema de serem praxados e notados. Mostravam-se e rebolavam-se para os "Doutores" como mulher de 30 anos, que não quer ficar para tia, num bar de solteiros. Ó necessidade de aceitação!
Notava-se, de forma evidente, que os praxistas mais ríspidos tinham sofrido bastante no seu ano de caloiro. São facilmente identificáveis pois sabem as regrinhas todas do código da praxe e ficam muito agitados e suados quando trajados, liderando o berreiro e as actividades.
Outros, e só depois de os conhecer melhor tive esta percepção, têm na praxe o auge da sua vida. Parece que naquele momento se libertam de anos de opressão e de gozo. É um escape, sentem-se senhores respeitados e temidos, são finalmente alguém. Se isto for terapêutico ao ponto de evitar que mais tarde peguem em armas e façam reféns num banco, nada a dizer. Porém os "Doutores" também sofrem! No meio da algazarra, as fatiotas extremamente quentes, os sapatos apertados, as dores nos pés, o corpo suado, as raparigas com os calcanhares esfolados ou protegidos com adesivo, os collants rotos com pêlos espetados, a voz rouca...
Saliento que nunca presenciei uma situação de abuso e julgo que a generalidade dos intervenientes estava a divertir-se minimamente. Agora se é um bom divertimento... cada um tem os seus gostos.
Mas lembro-me de ouvir algumas histórias sinistras, como a de um conhecido meu que num dormitório foi acordado a meio da noite, preso, despido e rapado na zona púbica. A outro, puseram-lhe algo na bebida e foi a espumar para o hospital.
É óbvio que são casos minoritários, estando longe de definir o que é a praxe. Ainda assim, penso que a integração dos estudantes podia dispensar as pinturas, as macacadas, as cantigas irritantes e situações potencialmente humilhantes. A haver praxe que seja com criatividade.

Como é a cantiga? RFA? Xiribi não sei das quantas? Quando era um caloiro receptivo a experimentar a praxe, ainda tentava cantar, dizia as primeiras palavras depois limitava-me a abrir a boca... não sabia mais!

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Muito magras não

Espanha parece ter iniciado uma séria batalha contra a anorexia. Depois de ter sido proíbido que desfilassem modelos anoréticas na semana da moda de Madrid, o governo espanhol está a desenvolver esforços para que as grandes marcas de roupa daquele país unifiquem os tamanhos e para que promovam uma imagem saudável.
Recomendo a leitura desta notícia.
A anorexia nervosa é, entre as doenças do foro psiquiátrico, das que mais mortes provoca.
Poderá ser isto um ponto de partida válido para a mudança da moda?

Kate Moss... Os antigos é que sabiam!

sábado, 30 de setembro de 2006

World Press Photo of the Year 2003


World Press Photo of the Year 2003
Autor: Jean-Marc Bouju, France, The Associated Press
An Najaf, Iraq, 31 March 2003. Iraqi man comforts his son at a holding center for prisoners of war.
Working quickly and discreetly, Bouju couldn't help thinking about his own child, and how it would be if the roles were reversed.

Esta é das minhas favoritas.
A exposição está patente no Centro Cultural de Belém a partir de hoje. Depois de 29 de Outubro estará no Forúm da Maia.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Fernanda Gomes

Aconselho a ir ver e experimentar a exposição da brasileira Fernanda Gomes em Serralves.

Eis o texto que a apresenta na página de Serralves:
"No seu trabalho, reutiliza frequentemente objectos encontrados, os quais recicla e transforma de modo a reconstruir com eles uma tão subtil quanto muitas vezes invisível e transparente arquitectura dos espaços. A artista reinventa objectos existentes de modo a estabelecer relações com o local onde os apresenta e com outros objectos próximos, trabalhando as suas formas num desafio à memória individual e à imaginação. Os objectos, cuidadosamente situados, são individualmente tão importantes como o todo da exposição. Ao tecer uma rede poética e estética de objectos e situações para os visitantes descobrirem, Gomes recupera materiais prosaicos e ignorados, na tradição de Lygia Clark, Hélio Oiticica e Artur Barrio. Para a sua exposição no Museu de Serralves, Fernanda Gomes desenvolverá um novo projecto no qual integrará várias obras anteriormente realizadas, trabalhando em simultâneo a relação da arquitectura interior das galerias do Museu com o espaço exterior do Parque que o circunda."

Algumas imagens da sua exposição na Baumgartner Gallery :
Devido à natureza dos objectos utilizados e à sua relação com o local de exposição, numa primeira fase questionamos: "Deixaram um papel no meio das escadas... Ah!Será que esta pedra faz parte? E aquele copo no meio do jardim?" Continuamos à descoberta até que cada movimento nosso tem de ser exacto para não derrubar os fios, os cubos de vidro, as pedras... às tantas estamos cercados e não queremos dar o mau aspecto de danificar a obra de arte. Já em lugar seguro, com olhar veterano observa-se a reacção dos outros. O espectador torna-se parte da obra.

Popó verde

Como qualquer bom e informado cidadão do nosso tempo, os problemas ecológicos afligem-me bastante.
Há uns dias, ia na A25 e um carro, depois de me ultrapassar, começou a despejar uma quantidade de papéis e plásticos pelas janelas. Caiu sobre mim uma vontade justiceira de o perseguir e repreender os seus ocupantes pelo nojento acto. Depois lembrei-me que tenho um poupadinho e amigo do ambiente Opel Corsa ECO, com apenas mil de cilindrada. Vítima da minha coerência!

Gnarls Barkley

O conceito deste vídeo está excelente.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Liga dos Últimos

"Liga dos Últimos", às quartas, cerca das 22.30 na RTPN. Um programa supostamente sobre desporto que nos leva ao Portugal profundo, sempre com humor.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Yoga


Há dias, descobri que o deputado monárquico Nuno da Câmara Pereira fez uma proposta na Assembleia da Républica para a criação do dia nacional do Yoga. Isto relembrou-me uma história curiosa.
No ano passado, o ginásio que frequento implementou um sistema de controlo de entrada nas suas instalações. Colocou uma cancela (tipo metro de Lisboa) na entrada e forneceu aos clientes um porta-chaves com um chip que permitia a abertura da passagem. Com este sistema, para além de ser uma segurança contra estranhos, passaram a poder entrar apenas os utentes com os pagamentos regularizados.
Nessa altura, falei com uma outra utente sobre a novidade, tendo ela dito:
- Sabes a razão da instalação da cancela?
- Segurança? - respondi.
-Não. Há dias estávamos na aula de Yoga e a instrutora começou a fazer a chamada. Nós estranhámos e até perguntámos o porquê da situação. Ficámos a saber que andava pessoal a frequentar as aulas de Yoga e de outras modalidades sem ser cliente do ginásio. - informou.

Ora, parece-me que há aqui uma contradição. Então o Yoga não tem como objectivo trabalhar o corpo e a MENTE? Ajudar a alcançar a calma, o controlo, o bem-estar, a paz de espírito.
Quer dizer? Estão a ver? Procuram isto e depois andam ali assim?! A carteira deles é que faz um bom Yoga. É preciso ter lata.

Somente dois

Na passada quarta-feria, no programa "Clube dos Jornalistas" da 2, debateu-se o encerramento do Independente, estando presente Inês Serra Lopes.
Achei um debate bastante lúcido, onde se abordou o percurso do jornal, o projecto político conservador que esteve na sua génese, o importante papel de Miguel Esteves Cardoso e de Paulo Portas (dois crâneos que dinamizaram o jornal mas que no papel de jornalistas eram crianças reguilas com gravadores na mão), a associação entre fim do cavaquismo e declínio do semanário, e até os processos judiciais com Pinto da Costa.
Pelo meio, surgiu uma declaração gravada de José António Saraiva, pessoa que, enquanto director do Expresso, sofreu a concorrência do Independente. Ao apresentar a justificação para o fim do jornal, não esteve com rodeios, deixando claro que se tratava de um acto de inteligência por parte do Independente, uma vez que com o surgimento do Sol, deixaria de ter espaço no mercado português. Salientou que em Portugual apenas há espaço para dois semanários fortes, tal como só existem dois canais de televisão ou dois jornais diários fortes (será que contou com o 24 Horas?)

Será que Portugal está confinado aos duos? Pelo menos Paulo Portas provou recentemente que no governo também pode haver espaço para um pequeno terceiro, para além da habitual rotatividade PS/PSD.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

World Press Photo of the Year 2004

World Press Photo of the Year 2004
Autor: Arko Datta, India, Reuters
Woman mourns relative killed in tsunami, Cuddalore, India, Tamil Nadu, 28 December 2004
Datta had to shoot fast, before they took the bloated body away. He felt that its gruesomeness would've distracted too much from the grieving subject of the picture, so he decided just to include the hand.