sábado, 9 de dezembro de 2006

Quantos euros valem o Zé e a Maria?

Nos últimos dias, nos meus momentos de solidão laboral, tenho tido a companhia da informativa TSF. Esta 5ª ouvi uma interessante entrevista a um dos principais personagens (esqueci-me do nome do senhor) da luta contra a co-incineração em Souselas e no Outão. Desde os meus tempos de estudante em Coimbra que sempre ouvi e concordei com inúmeros argumentos fundamentados contra o processo de destruição de resíduos proposto pelo governo. Como referiu o entrevistado (qual era mesmo o nome? Pelo menos sei que não grama o Sócrates), será que não basta à população de Souselas e de Coimbra a poluição da cimenteira, responsável pelo elevado número de doenças oncológicas na pequena povoação? A própria natureza dá-nos sinais de defesa ao gerar na zona seres vivos maioritariamente do género feminino, mais resistente à doença.
Quando inquirido sobre as possíveis alternativas, o senhor (sei que é advogado e foi candidato a deputado pela Europa pela AD no tempo do Sá Carneiro) defendeu a criação de raíz de um equipamento que permite a destruição dos resíduos a temperaturas bastante elevadas de modo a evitar a emissão dos gases nocivos (não me lembro do nome do processo).
Bem, depois destas frases vagas devido ao mau estado da minha memória e por ser alguém com poucos conhecimentos técnicos na área, gostava de perguntar ao nosso PM se a vida dos portugueses tem um preço?
Situação idêntica ocorre com a antiga IP5, transformada recentemente na actual A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, servindo para além do primeiro os distritos de Viseu e da Guarda. Qual a razão por não se ter construído uma auto-estrada de raíz na mais importante ligação rodoviária a Espanha? Eu conheci a estrada nos anos 90 e sempre a achei sinistra devido à sua sinuosidade, à falta de visibilidade nas zonas de nevoeiro, ao constante convite a ultrapassagens perigosas, à escassez de quilómetros com dupla faixa...
Actualmente percorro parte do seu traçado todos os dias e a sensação de segurança é enorme. O traçado de carrossel continua mas acabaram-se as aparições de carros tresloucados à nossa frente, o separador central está sempre presente e nas zonas de subidas acentuadas chegam a existir três faixas de rodagem (no mesmo sentido) para facilitar a circulação. Resultado: Acidentes e vítimas diminuíram consideravelmente.
E se tivesse sido construída assim originalmente? Não se teriam evitado muitas tragédias? Terá sido para poupar? Falta de visão?

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