sexta-feira, 28 de julho de 2006

Tool em Portugal


O que foi anunciado pelos Tool em Maio passado, no Super Rock, confirmou-se. A banda vai dar um concerto dia 5 de Novembro no Pavilhão Atlântico, inserido na sua tour de Inverno pela Europa.
Já os vi em dois inesquecíveis espectáculos, em 2002 no Ozzfest e a 26 de Maio deste ano no Super Rock todavia, estou com grandes expectactivas para este novo concerto em Portugal uma vez que não vai ser integrado num festival, a duração será maior, oferecendo o Atlântico melhores condições para o seu trabalho cénico.
Aos admiradores da melhor da banda existente pergunto: Quem vai? Que músicas sugerem para o alinhamento?
Para quem não conhece deixo isto:

Viagem Medieval emTerra de Santa Maria


Tem início esta sexta mais uma edição da feira medieval de Santa Maria da Feira. É um evento muito animado que nos faz mergulhar numa época fascinante (eu adoro as espadas) com a participação de inúmeros figurantes e actores que levam a cabo excelentes recriações. Eu aconselho vivamente as justas e as barracas que onde se podem adquirir umas réplicas de armas da época (ok... eu confesso que tenho uma segunda identidade: Vingador Medieval).
Para mais informações vão a www.viagemmedieval.com ou simplesmente carreguem no título deste post.

terça-feira, 25 de julho de 2006

Um novo vencedor no Tour


Depois de anos com as vitórias consecutivas de Lance Armstrong que tornaram o Tour algo monótono, no que concerne à disputa da camisola amarela, a edição de 2006 foi marcada por elevada competitividade. Armstrong abandonou o ciclismo, Ivan Basso e Jan Ulrich foram impedidos de participar por suspeitas de envolvimento num esquema de doping, as quais se vieram a provar infundadas. Sem a presença dos três principais protagonistas das edições anteriores, criaram-se condições para uma prova muito disputada, sem certezas na classificação até bem perto do seu término.
O americano Floyd Landis, da equipa Phonak, acabou por se sagrar vencedor depois do contra-relógico e das espectaculares etapas nos Alpes, cometendo a proeza de perder 10 minutos num dia para ganhar destacado no seguinte.
O pódio ficou composto com Oscar Pereiro na segunda posição a 57 segundos e Andreas Kloden na terceira a 1 minuto e 29 segundos, diferenças que mostram a intensa disputa existente.
José Azevedo terminou a prova num razoável 19º lugar.

domingo, 23 de julho de 2006

Antony Beevor

Se o professor Marcelo, o Pacheco Pereira e o Paulo Portas recomendam livros, aqui vai...
Antony Beevor é um historiador inglês que se dedica à temática da guerra no século XX, destancando-se os conflitos entre alemães e soviéticos na 2ª Grande Guerra.
Conheço duas publicações que recomendo: "A Queda de Berlim 1945" e "Estalinegrado". Fundamentadas em documentação histórica, muita dela originária dos arquivos soviéticos, estas obras são excelentes para a compreensão destes momentos decisivos no curso da 2ª GM, realçando os crimes e horrores que vitimaram as populações civis de ambos os lados. De facto, o autor atribui tanto ênfase a estes aspectos, divulgando relatos da época, que os seus textos podem ser demasiado crus e violentos para pessoas mais susceptíveis.
Para além das obras referidas estão publicadas em Portugal: "A Guerra Civil de Espanha" e "Paris Após a Libertação 1944-1949".

Oceansize

Recentemente, descobri a banda britânica Oceansize graças à indicação de um colega de bons gostos. Pelo que ouvi dos seus três albuns, julgo que é um grupo que vale a pena conhecer e acompanhar.
Para além do link para o seu site (basta carregar no título deste post), deixo-vos um vídeo : one day all this could be yours


Alta costura

Não percebo nada da apelidada alta costura mas há uma loja no centro de Aveiro, chamada Haute Fashion ou qualquer coisa parecida, que dá que pensar.
Esta noite, passei na sua montra e espreitei os preços. Eis alguns exemplos: uma mala 750 euros, uns corsários, 400 euros, um cinto minúsculo 500 euros, uma t-shirt 850 euros!!! Lembro-me que uma vez vi lá um bikini com um padrão como a pele de leopardo (quem é que usa isto?) que custava 250 euros. Julgo que eram todos produtos da marca Escada.
Quem compra estes produtos deve ter algum problema sério porque, para além do seu elevado preço, são extremamente feios, para não dizer parolos, não aparentando de ter o valor anunciado. Sinceramente, e com o devido respeito para com os proprietários e clientes, num bazar chinês compram-se coisas mais bonitas.
Até compreendo as razões que levam uma pessoa a comprar um jipe bmw de 70 mil euros, agora pagar 850 euros por uma t-shirt insignificante e feia...

sábado, 22 de julho de 2006

Sabedoria popular II

Como já referi num outro post, os transportes públicos são uma fonte inesgotável de experiências curiosas.

O comboio é dos meus transportes preferidos contudo, quando as viagens se tornam constantes e não existem distracções como a leitura ou a música, a coisa pode ficar bastante monótona.
Esta experiência ocorreu numa dessas viagens, à noite, depois das aulas, num comboio suburbano entre Porto e Aveiro.
Ia eu a pensar nos grandes dilemas do mundo quando, em Ovar, entra um jovem casal brasileiro juntamente com um outro português, perto dos 50 anos, com uma filha. Sentaram-se perto de mim e iniciaram uma conversa incessante.
Pelo que percebi o casal brasileiro estava a trabalhar em Inglaterra, de onde tinham acabado de chegar para visitar alguém no nosso país, antes de seguir para o Brasil de férias. Erradamente, no Porto, apanharam um comboio que terminava a viagem em Ovar, o que os forçou a entrar no meu para seguir para Aveiro. Na espera em Ovar teriam conhecido o casal português e iniciado a conversa.
Então comecei a apreciar o diálogo. Os portugueses, depois de uma exaustiva explicação do funcionamento do sistema ferroviário português, passaram a fazer perguntas sobre a vida do jovem casal (cusquice) em Inglaterra, onde trabalhavam, se viviam bem, onde tinham família no Brasil, etc... Questões que eram respondidas com prontidão, num espírito de abertura próprio do povo brasileiro, mas também com alguma ingenuidade e pureza talvez por causa da sua condição de perdidos no sistema ferroviário de um país que mal conheciam.
Então percebi que se estava naquele momento a criar uma relação entre duas entidades com características que se opunham: experientes (PT) e inexperientes (BR), cicerones (PT) e perdidos (BR), curiosos (PT) e objecto da curiosidade (BR), sábios (PT) e ingénuos (BR).
Entretido com o fenómeno pensei: isto parece uma relação entre o velho país colonizador europeu e a sua colónia.
A certa altura, percebi que o jovem casal começou a questionar sobre o nosso país, ou seja, a liderança da conversa começava a ser posta em causa. Confrontados com a necessidade de resposta, a mulher portuguesa passou a ter um papel passivo, cabendo ao homem liderar a contra-ofensiva usando a sua sabedoria para satisfazer as questões. Contudo, reparei que as respostas eram sempre proclamadas num tom paternalista, parecendo ter o seguinte pensamento subjancente: "ah pobres jovens brasileiros desconhecedores das coisas da vida, recebam o meu conhecimento".
Antes de chegar a Aveiro, o comboio parou em Cacia, onde se situa uma fábrica de pasta de papel do grupo Portucel, a qual liberta um odor nauseabundo.
Foi neste momento que deu o ponto alto da conversa, onde todo a esplendor da sabedoria portuguesa foi emanado.
Perante o cheiro o jovem brasileiro interroga:
- Que cheiro é este?
- Ah, é a fábrica de papel de Cacia. - responde o português.
- O papel é feito de lixo? - questiona o brasileiro com ar enojado.
Perante esta prova de desconhecimento, o português solta um leve sorriso e responde com aquele ar paternalista no intuito de mostrar toda a sua sapiência para brilhar entre os que considera ignorantes:
- Nãooooooo! - pausa para respirar e reforçar o sorriso sapiente - Então, é feito de várias matérias-primas!
- Ah... - disse o jovem.

A partir daquele momento desliguei-me da conversa, desiludido. Em vez de dar uma resposta cabal para suster o crescimento do jovem brasileiro, o senhor de bigode dá a resposta mais redundante possível.

Será esta a principal forma de conhecimento do nosso país? Conhecimento pouco profundo, redundante e sobretudo de senso comum?

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Blogs, comentários e spam

É com muito agrado que vejo surgir os primeiros comentários no blog. Não tenho como objectivo ter mais visitas ou comentários do que o rei bloguista Pacheco Pereira (digo rei sem qualquer tom irónico pois considero o Abrupto uma referência). Contudo, é sempre bom ter algum feedback.

Estes dias, verifiquei que o blog começou a receber Spam na zona de comentários. Como considero isto muito desagradável, realizei uma alteração para evitar a presença destas mensagens automáticas. Assim, após escreverem os vossos comentários, peço-vos que insiram a chave de confirmação que vos for pedida. Julgo que deste modo a situação fica corrigida pois, de um modo geral, os computadores que geram o spam não inserem estas chaves (pelo menos para já).

Mais uma vez agradeço a participação e sintam-se à vontade para comentar livremente.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Filmes

Há mais de três meses que não vou ao cinema. A minha última ida foi para ver "O Infiltrado" (Inside Man), um excelente filme de Spike Lee. Não conto a história mas posso adiantar que o filme é bastante criativo, com bons actores (Jodie Foster, Denzel Washington, Clive Owen) e com um final surpreendente (coisa rara nos dias que correm). O Spike Lee mostra mais uma vez que sabe o que faz.

Ultimamente, por diversas razões, tenho privilegiado os dvds.
Finalmente, pude visionar na totalidade de três clássicos imperdíveis:
"A Barreira Invisível" de Terrence Malick, talvez o melhor e mais profundo filme de guerra existente.
" A Laranja Mecânica" do Kubrick, é um filme criativo e perverso;
"O Bom, o Mau e o Vilão" de Sergio Leone, é um western simplesmente soberbo e hilariante.

Já num outro plano, recomendo:

"Senhor da Guerra" de Andrew Niccol (realizador dos interessantes Gattaca e S1mone), com Nicholas Cage. Baseado numa história verídica, recheado de um inteligente humor negro, é uma obra que leva-nos a reflectir sobre o tráfico internacional de armas;
"Vidocq", do realizador Pitof e com Gérard Depardieu no principal papel, é um filme policial que tem como cenário Paris na primeira metade do século 18. Apreciei bastante este filme por aplicar conceitos do cinema fantástico numa época de convulsões sociais e políticas em França. Para além disto, os efeitos visuais são dignos de registo;
"A Rapariga do Brinco de Pérola" de Peter Webber, é um filme de época, passado no século 17, que conta a criação de umas das mais famosas obras do pintor flamengo Jan Vermeer. Para além de conter riqueza histórica e biográfica, este filme aborda a vivência e interpretação da sexualidade à época, ao retratar a tensão existente quando um pintor usava uma rapariga como modelo.
"Anjos Caídos" de Kar Wai Wong, é um excelente filme sobre as histórias cruzadas de um assassino, da sua agente e de um mudo, numa tresloucada Hong Kong.

Ainda vi "A Vingança de Jack", um filme de terror que esteve a concurso numa das edições do Fantasporto. É a história de um rapaz revoltado que tenta reunir-se com a irmã, da qual foi separado na infância, vingando-se dos pais adoptivos que o maltrataram e dos biológicos que o abandonaram. Não achei muito interessante.

Rebellion's Enclave

Rebellion´s Enclave é uma banda de Aveiro, da qual fazem parte dois colegas meus. Um deles teve de aguentar a minha companhia secante nas aulas de inglês do liceu, o outro é o gajo que me deu mais luta a jogar Pro Evolution Soccer.
Conseguiram gravar o seu primeiro álbum, que já está à venda digitalmente, à custa de muita dedicação e dos próprios bolsos, sem a ajuda das editoras pop.
Para além de gostar muito da sua música, onde se notam influências grunge e de Rage Against the Machine, posso confirmar que ao vivo têm uma excelente qualidade.
Vou adicionar o link da página da banda na respectiva secção.


Adenda:
Por sugestão de Francisco Almeida, passo a indicar os nomes dos membros do grupo:
Paulo Paiva da Silva - Voz
Filipe Sardo - Guitarra
Samuel Teixeira - Bateria
Pedro Venâncio - Baixo

terça-feira, 18 de julho de 2006

Mais interrogações

Como se deve noticiar um crime?

Salientar:
A identidade e história da vítima?
Os motivos do crime?
As circunstâncias?
O desempenho das forças de autoridade?
O criminoso?

Julgo que existem duas respostas possíveis:

1ª Ao estilo do 24 Horas e da TVI.

Identificar a vítima ao som de uma músca bem triste, com imagens a preto e branco em câmara lenta; mostrar que era o único sustento de uma família com 10 filhos (somam-se sempre mais 8 aos que de facto existem) e uma mulher (de preferência inválida); entrevista-se a mulher e faz-se a inteligente pergunta "Como se sente?"; fala-se com os pais e vizinhos que contam como era um bom homem, adepto do slb (para criar mais empatia com o público) e católico praticante. Os motivos devem envolver dinheiro, um assalto, a disputa de uns terrenos, o bloqueio de um lugar de estacionamento... ou então, para ser em beleza, passionais.
As circunstâncias têm de ser as mais sangrentas possíveis. O uso de caçadeira ou arma cortante de grandes dimensões o machado, é o ideal. A morte da vítima deve ser dolorosa, ruidosa e muito lenta, verdadeiramente shakesperiana. É conveniente mostrar o local e a arma do crime, não descurando a utilização de planos que realcem as manchas de sangue.
O desempenho das autoridades deve ser profundamente criticado. Entrevista-se os vizinhos que, entre muitos "louvado seja Deus, é o fim do mundo" e "intigamente é que era bom", aludem à constante ausência da polícia numa zona muito insegura, dominada por, segundo as palvras dos mesmos, "pretos e ucranianos". As imagens de jovens de cor com roupas largas e música alta são indispensáveis. Se juntarem planos de indivíduos eslavos, de etnia cigana, carros abandonados, barracas e cães rafeiros e magros, tanto melhor.
O criminoso tem de pertencer a uma minoria (africana, eslava, cigana), sendo de idade jovem, criminoso reincidente, aproveitando uma saída precária para cometer o delito. É imperativo que esteja devidamente referenciado entre a vizinhança. Esta é filmada a dizer mal do sujeito: "Eu tenho 65 anos, estive no Ultramar e também lá vi muitos assim." ou então "Eu quando olhei para ele vi logo que era má peça! Eu sei o que digo, esses russos é só bruxedo".

A reportagem deve ser acompanhada com títulos curtos e de fácil interpretação, em letras garrafais. Em televisão, o pivot de anunciar a peça num tom alarmista (como um jeová a falar do fim do mundo), sendo acompanhado por uma imagem de fundo na qual impere um ensanguentado vermelho.

A segunda dá muito trabalho...

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Interrogações

"Homem de origem africana assalta estação de gasolina."
"Três sujeitos de raça negra fogem à polícia."
"Indivíduo de leste aponta faca a empregado de café." - de leste ou ucraniano que para muitos vai dar ao mesmo.

Às vezes questiono-me sobre a utilidade destes títulos. Qual a importância de conhecer a origem étnica dos criminosos?
Será para os podermos identificar na rua e os denunciar às autoridades? "Oh senhor guarda vai ali um senhor de raça negra (ok, ingenuamente, acreditemos que as pessoas falam assim), não terá sido ele o assaltante?"
Não é pouco usual ler "homem branco mata mulher"?

Será que é para o comum dos portugueses, no seu lar, fazer de imediato a análise sociológica do crime em Portugal?

Mutts

Mutts é uma banda desenhada da autoria de Patrick McDonnell. Recentemente, comecei a ler um dos vários livros que tenho cá em casa e fiquei muito surpreendido. Óptima para quem conhece os hábitos de cães e gatos.
Já aí está o link.

Alex Grey

Nos links do site SpiralEyes encontrei a página do artista nova-iorquino Alex Grey, o qual apresenta uma obra bastante interessante. A imagem colocada é a de uma pintura intitulada GAIA que faz parte da colecção Progress of the Soul.
Já adicionei o link.

Exames

Já são conhecidas as notas dos exames nacionais.
No exame de Português do 9º ano quase metade dos alunos tirou nota negativa. A Matemática, do mesmo ano, e sendo o exame cotado de 1 a 5, 12 mil alunos em 92 mil tiveram a nota 1 enquanto 1844 obtiveram nota máxima.
No que diz respeito ao 12º ano, sendo estes exames cotados de 0 a 20, a média a Matemática foi de 5,9. Física e Química ficaram-se pelos 6,9 valores. A melhor média foi obtida no exame de Desenho e Geometria Descritiva B com 13. Dos 28 exames realizados, 8 tiveram uma média negativa.

São números que dão que pensar. As causas para esta situação já foram inúmeras vezes discutidas e diversas medidas sugeridas ou tomadas.
Pessoalmente, pelo que me é dado a observar e a partir de várias conversas com docentes, julgo que um dos principais factores de insucesso escolar em Portugal é o grande desinteresse mostrado pelos mais jovens. Obviamente que cada caso é um caso e as generalizações, não tendo em conta as diversas realidades biológicas e sociais dos indivíduos, são perigosas. Mas cada vez me deparo mais com uma realidade onde, por exemplo, crianças de 6 anos manipulam um telemóvel confortavelmente mas depois não conseguem estar concentrados numa actividade mais de 20 minutos. E não digo 20 minutos à toa. Se reparem a duração total ou de uma parte (antes do intervalo) de uma série ou filme tem precisamente esse tempo. O livro de Karl Popper "Televisão um perigo para a democracia" aborda esta temática. Não estou numa cruzada inquisitória contra a televisão (se bem que que algumas coisas bem podiam ser queimadas) mas certos hábitos em excesso podem ser nocivos, causando problemas de atenção e desinteresse.
O que de bom pode trazer a uma criança ver os Morangos com Açúcar (ok aqui já estou na cruzada inquisitória), passar um domingo inteiro num centro comercial, ou passar 5 horas por dia com a playstation e alguns dos seus jogos que apelam à passividade do indivíduo?
Não defendo que se proíba isto, mas sim que se balance com actividades mais estimulantes.
Actividades ao ar livre, legos, livros (quem não gosta de bonecada aos 3 anos de idade?), ver televisão com a família e depois discutir em conjunto o que foi visionado... são algumas das sugestões que faço.
É certo que a disponibilidade dos pais é cada vez menor, nos infantários e nas pré-escolas há mais e mais crianças a solicitarem as atarefadas educadoras, as escolas têm poucos recursos, os professores têm a vida que têm... mas algo no desenvolvimento das crianças deve ser mudado.
Pode-se afirmar que, hoje em dia, as crianças e os jovens podem não saber os rios de Angola e Moçambique mas já estão preparadas para usar as novas tecnologias. É verdade que saber os rios de Angola não serve para nada. Contudo, utilizar o telemóvel ou o computador para ter a música dos Morangos (mais uma para a minha cruzada), tendo uma postura sobretudo passiva face às tencologias, não são formas produtivas para melhorar a formação individual.

Quero deixar claro que não sou especialista em psicologia cognitiva ou do desenvolvimento e muito menos professor. Todavia, julgo que é nos primeiros anos de vida que se podem criar um meio envolvente e hábitos que estimulem o desenvolvimento dos que mais tarde vão fazer os tais exames do 9º e do 12º.

Links

Como se pode ver, no lado direito do blog, na zona de links, optei por dividir em outros blogs e sites de diversas entidades que considero interessantes.
No que diz respeito aos blogs já adicionei:
  • A revolta dos pastéis de nata, o blog de um dos poucos programas interessantes da televisão portuguesa.
  • O incontornável e sempre interessante (concorde-se ou não com o autor) Abrupto, de Pacheco Pereira.
  • Arrastão de Daniel Oliveira, membro do Bloco de Esquerda. Não o coloquei por motivos políticos mas pelo facto do autor, à semelhança das pessoas do seu partido, me fazer lembrar Michael Moore, usando um constante tom de alerta, crítico e reinvidicativo.
  • O blog do Gato Fedorento julgo que não é preciso apresentar.
  • Por fim, o Planeta do Futebol, criado por Luís Freitas Lobo, uma verdadeira enciclopédia sobre este assunto. É um blog bem escrito e que aborda temas interessantes como a história deste desporto, as suas figuras e as tácticas. Felizmente, a tristes folclóricas discussões clubísticas sobre a arbitragem e corrupção ficam de fora.

Quanto aos sites, apresento:

  • Site da série Six Feet Under, pelas razões que já referi noutro post.
  • SpiralEyes, um site de duas fotógrafas de Los Angeles que apresentam um trabalho bastante original.
  • O dos Tool porque é, na minha opinião, o melhor grupo musical existente. Não me vou estender mais pois o mais certo é colocar inúmeros posts sobre este grupo no futuro.
À medida que for encontrado sites e blogs que considere interessantes, adiciono-os.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Óbito - Syd Barret

Na sexta-feita passada, dia 7 de Junho, morreu o fundador e guitarrista dos Pink Floyd, uma das bandas que mais aprecio. Depois de ser um dos principais criadores do primeiro álbum, The piper at the gates of dawn de 1967, ainda participou em parte do segundo, mas viria a deixar a banda em 1968, ou a ser dispensado pelos restantes membros, devido ao seus problemas com drogas, nomeadamente LSD. De facto, existem muitas histórias sobre as peripécias de Syd Barret quando sob o efeito de drogas psicotrópicas. Uma delas passou-se num programa de televisão, durante o qual, em vez de fingir que tocava (a vulgar teatralice do playback) ficou quieto, de braços estendidos, a olhar para a câmara. Nos anos seguintes, ainda editou dois álbuns a solo e a partir de 1972 passou a viver em reclusão na sua casa de infância, dividindo o seu tempo entre hospitais psiquiátricos e a pintura abstracta.
Syd Barret fica na história da música como o fundador de uma das bandas de referência do rock, sendo também muito apreciado pela sua nova abordagem à guitarra.

Curiosamente, na passada sexta-feira fiquei a saber que o LSD é eficaz contra os efeitos das enxaquecas.

O caminho para a paz na Palestina

Os comentários que se seguem são apenas sarcasmo para com os supostos líderes religiosos. Sempre defendi os direitos da comunidade homossexual.

Para quem acompanha a política internacional, uma das interrogações constantes é saber como resolver o conflito Palestiniano, ao qual muitos, de forma simplista e cómoda, atribuem a origem à profunda divisão religiosa. Como é do conhecimento geral, Jerusalém e a Palestina são territórios de inestimável valor para muçulmanos, cristão e judeus.
Eu também sou daqueles que se interrogam sobre o futuro daquela zona mas hoje, na última página do Público, encontrei uma notícia que pode indicar um caminho.
O título diz o seguinte: "Líderes religiosos de Jerusalém unem-se contra a parada gay". No subtítulo lê-se: "Xeques, rabis e arcebispos com objectivo comum: impedir esta desgraça na cidade sagrada".
Pelo que se tira da notícia, as diversas comunidades estão em acção e a conjugar esforços para, como os responsáveis referem, impedir a desgraça da cidade, defender os cidadãos e os jovens. O embaixador do Vaticano classifica a marcha como uma "imposição da vontade de uns poucos à maioria". Num dos bairros ultra-ortodoxos de Jerusalém, já circulam panfletos apelando ao assassínio dos participantes na parada gay.
A verdade é que eles estão de acordo! Em vez de estarem divididos e se andarem a matar uns aos outros, podiam unir-se numa causa comum, a repressão da homossexualidade.
Consta também, nos corredores do poder por esse mundo fora, que há já quem queira considerar os homossexuais como uma ameaça terrorista dado que põem em causa os valores sagrados de muitas sociedades. George W. Bush estará a ponderar, no âmbito da sua guerra preventiva contra o terrorismo, atacar Cuba, afamada ilha no turismo homossexual.

É triste. Se esses líderes olhassem pelo bem-estar do seu povo em vez de se preocuparem com uma simples marcha ou colocarem em causa os direitos dos homossexuais.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Six Feet Under - The End

Há pouco, na 2, foi transmitido o 63º e último episódio da série Six Feet Under. Confesso que foi com alguma tristeza que vi terminar as histórias da família Fisher e da sua agência funerária, pois considero que se trata de uma produção de rara qualidade, direi mesmo, a melhor criação televisiva do género até à data.
E quais os condimentos para esta qualidade?
Quem acompanhou a série, certimente reconhece as grandes doses de criatividade e originalidade existentes. O constante humor negro (que eu talvez considere como o mais interessante dos humores); as situações caricatas; a discussão da vida e da morte, os seus porquês, momentos, decisões, alegrias e sofrimentos; a abordagem inteligente sobre a homossexualidade (casamento e adopção); a demosntração da complexidade das relações amorosas; a luta da comunidade hispânica pelo sonho americano; a arte... Tudo isto sustentado por excelentes actores e argumentos muito, mas muito, criativos.
Vou colocar no blog o link para o site desta série.
O que me consola é que na próxima segunda começa a nova série dos Sopranos. Tony is back!

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Adieu Zizou

Uma agressão, um vermelho e a derrota da sua equipa. Foi este o fim da carreira do melhor jogador de futebol que vi em acção.
Porém, apesar deste final triste, vou sempre recordá-lo pelos constantes anos ao mais alto nível, com sua fantasia, classe e pelos seus característicos rodopios. O melhor intérprete da posição mais poética em campo, o 10.
Lembram-se do seu golo na final da Liga dos campeões, pelo Real Madrid, em 2002?

domingo, 9 de julho de 2006

Itália

Não é das equipas que mais aprecio mas este ano até jogou melhorzinho. Num mundial tão táctico ganhou quem mais sabe do assunto.

Cinema e educação

Uma vez que tenho como um dos principais interesses o cinema, julgo conveniente colocar alguns posts sobre filmes que vou visionando. Não pretendo fazer longos comentários ou resumos, apenas breves notas opinativas. Devo fazer notar que estes posts não são como as sebentas com os resumos das obras do Eça. Vejam os filmes, preguiçosos.
Desviando-me um pouco do assunto, devo informar-vos que, e como dizia o outro, segundo o que me disse um passarinho do mundo editorial, as próprias sebentas estão ameaçadas com a proliferação de filmes e séries de televisão baseadas nas obras clássicas portuguesas. De facto, o ambiente entre o mundo editorial, os produtoras audiovisuais e o próprio Ministério da Edcução é bastante pesado.
Recentemente, representantes das editoras e livreiros acusaram o Ministério da Educação e os professores de alterarem o currículo da disciplina de Português, passando a leccionar obras clássicas que têm versões televisivas ou cinematográficas. O Ministério defendeu-se alegando que no exame de 2005, perante uma questão de comentário sobre o Evangelho segundo Jesus Cristo, 80% dos alunos deram respostas do género: "Esta obra ainda não passou na SIC."; "Não fui ver a obra ao cinema porque a Lusomundo tem bilhetes muito caros e a educação é gratuita segundo a Constituição"; "Não respondo uma vez que esta obra não está prevista no meu plano curricular aka TVGuia."; "Esta obra ainda não foi adaptada à televisão. Ainda tentei ler o livro todavia, o senhor padre queimou-o depois de celebrar uma missa em que disse mal dos comunas e nos ordenou para votar não ao aborto."
Foi com estes dados que o Ministério justificou a adopção d'O Crime do Padre Amaro como principal obra no actual currículo de Português, uma vez que existia versão audiovisual amplamente difundida.
Apesar da ira das editoras e livreiros, o Ministério regozija-se da elevada taxa de sucesso dos alunos no exame de Português. Um professor de Português, em entrevista ao 24 Horas, afirmou o seguinte: " Concordo em absoluto com esta opção, é certo que ainda dão muitos erros, mas se as pessoas lessem a riqueza conteúdo das respostas dadas quando lhes pedimos para caracterizar a personagem Amélia. Portugal, dentro de alguns anos, irá ser uma referência no que diz respeito à produção de literatura de cariz erótico. Não tenho a mínima dúvida."

O post era sobre filmes não era?

sábado, 8 de julho de 2006

Sabedoria popular

Utilizo os transportes públicos com alguma regularidade e considero-os uma fonte inesgotável de experiências curiosas.
Uma delas, ocorreu, certo dia, quando ia no autocarro para o centro da cidade (sou um rapaz dos subúrbios). A dada altura, reparei que uma senhora, com cerca de 60 anos, proclamava a bom som o seu catolicismo. Normalmente, eu teria pensado que se tratava de mais uma beata daquelas que frequenta a missa dominical para ver quem também vai. Porém, a mulher falava com tal convicção, captando uma atenção submissa por parte de quem a rodeava, que resolvi escutar. Eis então que, com voz grave e olhos esbugalhados a mostrar a sua convicção, começa a abordar o conflito entre Israel e a Palestina e diz algo como: "Sabem porque é que os israelitas estão em guerra e levam com as bombas? Porque foram eles, os judeus, que mataram nosso Senhor Jesus Cristo, é o castigo!"

Bem, é uma explicação certo? O curioso é que são os próprios judeus que concebem Deus como uma entidade justiceira, como ilustra o Velho Testamento. Já esta senhora católica devia alinhar com a actual doutrina da sua igreja que concebe Deus como alguém misericordioso.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Sendo mauzinho

Ao pesquisar na Fnac Online reparei que Fátima Lopes, a apresentadora de televisão e não a estilista que gosta de peles de animais, acabou de lançar um livro no qual conta a vida de três mulheres. Rapidamente tentei adivinhar como seriam as personagens:
A primeira poderia chamar-se Madalena, curiosamente também trabalhava na televisão e todas as manhãs tinha de aturar cantores pimba, histórias de vidas desgraçadas e um homem com vocação espírita que, em transe, falava através de um pato.
A segunda personagem poderia designar-se Inca. Presença assídua no programa de Madalena, esta astróloga, taróloga, relações públicas, mulher dos búzios e dos grãos de café, lidava diariamente com a frustração de não ter conseguido prever que o seu programa na televisão estatal, com o qual iria auferir uns míseros 7500 euros mensais, acabaria chumbado graças à intervenção de um governante à data recém-eleito.
Por fim, a terceira personagem feminina, Alzira, viúva de 75 anos, habitante de Nelas passava as suas manhãs à frente da televisão, carregando ora no botão três ora no botão quatro do seu comando, dizendo: "Louvado seja Deus, isto é o fim do mundo."

Infelizmente, depois de ler o resumo, percebi que o livro é sobre a vida amorosa de três mulheres. Pieguices meus caros, pieguices...

A frase

O antigo ministro da Economia Augusto Mateus, em entrevista ao Semanário Económico de hoje, afirma: "O plano tecnológico não existe, é um powerpoint".
Bem, pelo menos não foi feito à mão o que poderia levar à irritante cacografia. Eu diria antes que o plano tecnológico é, por vezes, usado como um panfleto publicitário de uma superfície comercial.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Portugal derrotado?

E se no lugar de Figo estivesse o louro João Vieira Pinto a cabecear naquela bola que Barthez largou? No momento lembrei-me dele, pois para além deter um excelente jogo de pés (e de punhos), é dono de uma óptima técnica de cabeceamento e, apesar da baixa estatura, certamente não teria falhado. Aliás, rezam as histórias de balneário que João Pinto pintava a cara do saudoso Paulinho Santos nas bolas antes de treinar as cabeçadas.
A verdade é que o Ricardo Carvalho cometeu um erro raro e Portugal não soube dar a volta à França do mago Zidane, constituída por jogadores muito experientes e de qualidade inquestionável. Todavia, não se pode deixar de enaltecer o óptimo desempenho da selecção no Alemanha 2006.
No plano desportivo, Portugal é claramente um vencedor. Mas e no resto?
O país está melhor ou pior do que há um mês atrás? Numa resposta instantânea eu e muitos dirão: "Nem sei o que aconteceu". Na realidade é que, por baixo das capas dos jornais com o Cristiano Ronaldo e com os telejornais inundados de reportagens profundas sobre o Alemanha 2006, realizaram-se os problemáticos exames nacionais, muito criticados pelos docentes, o funcionalismo público perdeu mais uns privilégios, deram-se umas greves e Freitas do Amaral saiu do governo devido a problemas de saúde, realizando-se uma conveniente e sorrateira remodulação na véspera do Portugal - Inglaterra.
Então, vitórias ou derrotas? Vitória para o governo. Derrota para os jornalistas e vitória para os seus patrões. O povo, como sempre, é vítima e culpado.
E se Figo tivesse marcado, seríamos um país vencedor?

quarta-feira, 5 de julho de 2006

O primeiro

O primeiro

O primeiro post de um blog é muito importante. É como uma entrevista de emprego, é fundamental criar uma boa impressão para começar a receber os maravilhosos euros ao fim do mês. Neste caso, a preocupação é cativar o vosso interesse caros leitores.
Porém, ao contrário da entrevista de emprego, aqui não se faz sorrisos forçados, não há simpatia enjoativa, não se mente (pode-se inventar o que é diferente), o autor pode estar apenas de boxers e, sobretudo, não há lugar a cunhas.
Assim caros internautas, este blog pretende abordar as coisas da vida, desde a fútil ida às compras, passando pela crucificação de Freud, até à discussão das crónicas de Vasco Pulido Valente no Público. Ponderei criar um blog sobre um tema específico, todavia estaria a contrair a minha concepção do Homem, criatura curiosa e interessada em alargar os seus horizontes.

Até breve.