segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Somente dois

Na passada quarta-feria, no programa "Clube dos Jornalistas" da 2, debateu-se o encerramento do Independente, estando presente Inês Serra Lopes.
Achei um debate bastante lúcido, onde se abordou o percurso do jornal, o projecto político conservador que esteve na sua génese, o importante papel de Miguel Esteves Cardoso e de Paulo Portas (dois crâneos que dinamizaram o jornal mas que no papel de jornalistas eram crianças reguilas com gravadores na mão), a associação entre fim do cavaquismo e declínio do semanário, e até os processos judiciais com Pinto da Costa.
Pelo meio, surgiu uma declaração gravada de José António Saraiva, pessoa que, enquanto director do Expresso, sofreu a concorrência do Independente. Ao apresentar a justificação para o fim do jornal, não esteve com rodeios, deixando claro que se tratava de um acto de inteligência por parte do Independente, uma vez que com o surgimento do Sol, deixaria de ter espaço no mercado português. Salientou que em Portugual apenas há espaço para dois semanários fortes, tal como só existem dois canais de televisão ou dois jornais diários fortes (será que contou com o 24 Horas?)

Será que Portugal está confinado aos duos? Pelo menos Paulo Portas provou recentemente que no governo também pode haver espaço para um pequeno terceiro, para além da habitual rotatividade PS/PSD.

2 comentários:

Marco Oliveira disse...

Talvez não seja bem assim...
Na Banca, por exemplo há 4 grupos fortes: CGD, BCP, BES e BPI (se bem que este último está em risco de ser engolido pelo BCP)
Nas petrolíferas, temos a Galp, a Repsol e a BP; e ainda existem outras mais pequenas, é certo.
Já nas telecomunicações e no transporte aéreo existe uma empresa dominante.
E se quisermos falar de futebois, também temos os três grandes.
Por isso não me parece que sejam apenas duetos!
:-)

FL disse...

E mesmo quando o arquitecto fala em apenas dois canais fortes. Não concordo. Basta ver as audiências para se verificar que os três estão na casa dos 20, embora a SIC e TVI levem vantagem.
Mas concordo que o mercado dos media em Portugal é reduzido.
Ele tinha de promover o seu jornal.