segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Os Edukadores

Die Fetten Jahre sind vorbei ou os Edukadores é um filme alemão de Hans Weingartner de 2004.
Jovem, se és um trabalhador oprimido cuja vida é refém do sistema neoliberal, se ganhas mal, trabalhas muito (se é que tens trabalho), se tentas ser idealista, se não gramas burgueses conservadores, se julgas que os campos de golfe deveriam ser todos convertidos em zonas verdes para o povo se divertir, se na adolescência gostavas de dizer à tua avó que não acreditavas em Deus para marcar uma posição, se preferes o charrito ao Xanax, se consideras os Ornatos Violeta mil vezes melhores que o André Sardet e se usas papel higiénico com a cara do Bush, então vais gostar deste filme!
4 pios.

4 comentários:

the visitor disse...

Eu costumo defender que só vale a pena fazer obras que sejam muito boas ou muito más, porque todas as outras não acrescentam nada à vida. Neste caso , posso dizer a título pessoal que considero este um dos piores filmes da minha vida. E até prefiro os ornatos ao André Sardet , apesar de tudo ...

FL disse...

Bem eu por acaso gostei pois fez-me voltar a ter aquela reflexão sobre a conciliação entre o idealismo e a realidade. Acho que vou dizer um lugar comum mas às vezes gosta-se de um filme não pelo que ele mostra do ponto de vista téccnico, interpretativo ou de argumento mas pelo que mos faz pensar.
Mas já agora até seria interessante mostrares as razões pelas quais não gostaste do filme.

the visitor disse...

Bem, não me quero alongar muito, até porque já vi o filme há algum tempo, quando ele saiu para os cinemas. Detestei o filme porque ele é muito mais moralista do que qualquer filme de hollywood que tem potencial para passar à tarde na tvi. Eu não tenho nada contra algum moralismo, até porque acho que é impossível fazer algo, exprimir um ponto de vista, sem o mínimo de moralismo. Mas este filme destila comunismo a começar no primeiro poro e a acabar no último. E não só um comunismo social e económico mas também relacional. Quando através da relação dos 3 personagens me é mostrado que só pessoas superficiais é que lutam por causa de coisas prosaicas como traições sexuais e infidelidades psicológicas e que se conversarmos usando a razão acabamos por nos entender e até partilhar as pessoas uns com os outros, é o perfeito apogeu do colectivismo utópico em detrimento da individualidade, individualidade esse que ,é bem sabido, caracteriza o ser humano. Se este filme fosse a Floribela ou uma história de encantar , eu não me importava, como é um filme indie com pretensiosismo, sou capaz de dizer que detestei. Mas isso até é bom, eu só me lembro dos filmes que detestei ou que adorei, nesse sentido, é um filme marcante e parabéns ao realizador.

FL disse...

Podes e deves alongar-te à vontade :) Percebo a tua perspectiva quanto ao exarcebado moralismo comunista presente no filme. Eu até lhe acho alguma piada, especialmente naquela fase de confrontação com o burguês estereotipado que traiu a sua juventude. Mas esta opinião vem de um tipo que tem simpatia pelos socialistas utópicos do início do século XIX (sobretudo pela ingenuidade das teses) e que ao mesmo tempo tem pena de não viver numa sociedade civilizada e anarca (eu devia estar no parlamento.
Quanto ao comunismo relacional, não fiquei com essa ideia. Para mim, no fim do filme (a parte mais fraca), o dois louros (terá sido o arianismo a falar mais alto?) ficam juntos enquanto o moreno fica encarregue da iluminação. Mas eu também tenho uma maneira muito inocente de encarar o "fazer o amor". Também concordo contigo que a história não tem lugar para os assim assim. Esses são remetidos para as massas :)