terça-feira, 1 de agosto de 2006

Mais uns filmes

Nos últimos dias vi 4 filmes, ou melhor 3 filmes e meio.

Grizzly Man, de Werner Herzog, é um documentário sobre Timothy Treadwell, um americano que passou grande parte dos seus últimos treze anos de vida a viver com ursos no Alasca. Vencedor de vários prémios cinematográficos, este filme faz a biografia deste cohecido activista pela defesa dos ursos mostrando, a partir de mais de 100 horas de video recolhidas pelo próprio, a suas longas estadias e actividades no Alasca. É também dado bastante enfoque à sua morte pois, curiosamente, Treadwell e a namorada acabaram por morrer às mãos de um urso velho e faminto. À partida, cheguei a pensar que se trataria de uma obra de glorificação de um homem mas não é o que acontece. O filme, exceptuando algumas lamechiches cansativas, faz uma abordagem bastante interessante e crítica à pessoa em causa, mostrando que na base da sua escolha estavam alguns problemas de inserção na sociedade, da qual pretendeu alhear-se através da convivência com os ursos que, segundo ele, levavam uma vida pura contrastando com a dos homens que o desiludiam. Conseguiu sobreviver durante anos graças apenas ao conhecimento empírico destes animais e seus hábitos. Contudo, o ultrapassar da fronteira entre o selvagem e o Homem acabou por lhe ser fatal em Outubro de 2003.
Para os apreciadores do bom humor negro, prestem atenção à descrição da morte de Treadwell e da sua namorada feita pelo médico legista.

Cold Montain é o causador do 3 e meio em vez de 4. Na verdade não o vi até ao fim, a noite já ia longa e achei-o tão entediante que desisti. Um resumo curto do que vi: Cenário - Guerra Civil Americana; História: Nicole Kidman vem com o pai morar para uma nova cidade do Sul. Apaixona-se. O seu amor, Jude Law, vai para a guerra combater pelos esclavagistas. Ela espera por ele. Entretanto o pai morre e ela fica sozinha com uma quinta para tratar. Começa a passar necessidades e vai esperando pelo amor. Aparece a irritante Renée Zellweger para a ajudar na quinta. Entretanto o seu amor dela foi ferido na guerra, escapa-se do hospital e tenta voltar sendo perseguido por desertar. Não vi mais mas também não deve ser muito complicado adivinhar o fim. Tem a virtude de ser um filme de época mas há muita lamechice Hollywoodesca.

Vi mais um filme de Kar Wai Wong, 2046, uma excelente obra cinematográfica embora não a aconselhe numa tarde de sono.
Um escritor conhece várias mulheres que o marcam de diferentes maneiras, deixando um conjunto de memórias que o inspiram na sua escrita. Mais não digo, este vale a pena ver.

Castelo Andante é um filme de Hayao Miyazaki, um autor que é uma referência no universo da animação nipónica.
Depois de Princesa Mononoke e de A Viagem de Chihiro, Miyazaki realizou em 2004 mais uma metragem repleta de criatividade, na qual uma rapariga é amaldiçoada com um corpo idoso, leva a cabo uma jornada de aventura na tentativa de recuperar a sua juventude.
O que realmente me impressiona nas obras de Miyazaki, para além da inequestionável e latente qualidade gráfica existente, é a capacidade que tem de conceber histórias extremamente ricas onde a fantasia, personagens únicas, a cultura e religião japonesas abundam e se misturam de um modo perfeito.
Este também vale muito a pena ver.

Sem comentários: