Há dias no Jornal da Tarde da gastadora RTP1, visionei a notícia da chegada a Portugal daqueles jovens lusitanos que foram presos na Letónia (ou era Estónia?) por terem cometido uns actos de vandalismo. Segundo a mesma, terão passado um mau bocado nas mãos da polícia local (às tantas apanharam algum ex-KGB aborrecido pelo facto do comunismo não ter vingado por estes lados após mil nove setenta e quatro).
Os mais conservadores dirão: "não tivessem feito asneiras!"
Eu nem dei grande importância à história mas quando o jornalista refere que os envolvidos estão a ponderar escrever um livro a relatar o sucedido...
Eu sei que vivemos num país dito livre, subjugado à lei do mercado mas dito livre, no qual felizmente cada um pode decidir o que escreve, lê, compra ou publica. Felizmente!
Mas caramba, não arranjam assuntos mais interessantes para publicar?
Olho para as estantes e expositores de livrarias e grandes superfícies comerciais e observo livros de prostitutas que têm blogs, de senhoras ressabiadas que trabalharam em boites (adoro esta palavra), de futebolistas que até a copiar devem dar erros, biografias de treinadores já muito biografados (é um update dizem eles), de políticos ressabiados e de gente do dito Jet Set que deve ser mais pobre do que eu, para já não falar das múltiplas obras sobre sexualidade, culinária e coisas new age que chocam com o meu cepticismo.
A juntar a estes estão os inúmeros romances históricos/policiais que anseiam chegar ao cinema. Ah! Ainda há aqueles objectos autoplagiados da Margarida Rebelo Pinto sobre mulheres muito modernas e infelizes.
Os sensatos dirão: "FL, para que seja dada oportunidade à boa literatura também tem de existir a má."
É verdade! Mas não falta aqui algum critério por parte de alguém? Bem, as editoras querem dinheiro e quem compra quer ser entretido. Desisto de contrariar isto...
Assim, comecei a recapitular a minha vida para averiguar se também podia criar uma obra literária para financiar os vícios nocturnos da Tatiana Regina. Eis algumas referências traumatizantes, augustiantes, deprimentes, alegres e emocionantes da minha existência:
-Aos 3 nasceu a minha irmã e tive de dizer adeus ao sonho de vir a ter um computador potente, muitos legos, roupa boa, etc. Apercebi-me do terror da repartição;
- Aos 6 anos fui operado às adenóides;
- Aos 8 caiu um bêbedo aos meus pés o que levou-me a ser abstémio;
- Aos 9 reneguei a religião Católica e passei a professar o Ateísmo, graças a Deus;
- Aos 9 comecei a ouvir Mata Ratos;
- Aos 10 vi os "Pesadelos em Elm Street" e recebi o prémio de melhor aluno da Escola Primária de Azurva, Aveiro;
- Aos 11 percebi que não tinha jeito para fazer cambalhotas;
- Aos 12 anos tirei 5 a todas as disciplinas e já tinha 1,75 de altura;
- Aos 15 vi um amigo a fanar uma revista de índole indecente de um quiosque;
- Aos 16 tive um 3 (de 0 a 20) num teste de matemática;
- Aos 18 passei no exame nacional de matemática à primeira graças a um belo 9,5, acabando o liceu com média de 16 (ainda hoje sonho que não fiz a m**** da disciplina);
- Aos 19 conheci uma miúda que há 7 anos que só me dá prejuízo;
- Aos 20... Bem, tinha material para um bestseller. Digamos que acabei com uma cicatriz jeitosa na cabeça devido a defeito de fabrico;
- Aos 22 passei a ter o ridículo estatuto de sótôr;
- Aos 23, depois da carta tirada, deixei de ter sonhos nos quais conduzia um carro desgovernado;
- Aos 24 conheci o Siza Vieira;
- Aos 25 fui despedido de um trabalho não remunerado e comecei a escrever um terapêutico blog;
Aos 26... Bem, hoje comi salmão, caiu-me um maço de papel na cabeça, vi três belos golos do Adu e escrevi esta treta.
Será que está aqui material para um livro?
Os mais conservadores dirão: "não tivessem feito asneiras!"
Eu nem dei grande importância à história mas quando o jornalista refere que os envolvidos estão a ponderar escrever um livro a relatar o sucedido...
Eu sei que vivemos num país dito livre, subjugado à lei do mercado mas dito livre, no qual felizmente cada um pode decidir o que escreve, lê, compra ou publica. Felizmente!
Mas caramba, não arranjam assuntos mais interessantes para publicar?
Olho para as estantes e expositores de livrarias e grandes superfícies comerciais e observo livros de prostitutas que têm blogs, de senhoras ressabiadas que trabalharam em boites (adoro esta palavra), de futebolistas que até a copiar devem dar erros, biografias de treinadores já muito biografados (é um update dizem eles), de políticos ressabiados e de gente do dito Jet Set que deve ser mais pobre do que eu, para já não falar das múltiplas obras sobre sexualidade, culinária e coisas new age que chocam com o meu cepticismo.
A juntar a estes estão os inúmeros romances históricos/policiais que anseiam chegar ao cinema. Ah! Ainda há aqueles objectos autoplagiados da Margarida Rebelo Pinto sobre mulheres muito modernas e infelizes.
Os sensatos dirão: "FL, para que seja dada oportunidade à boa literatura também tem de existir a má."
É verdade! Mas não falta aqui algum critério por parte de alguém? Bem, as editoras querem dinheiro e quem compra quer ser entretido. Desisto de contrariar isto...
Assim, comecei a recapitular a minha vida para averiguar se também podia criar uma obra literária para financiar os vícios nocturnos da Tatiana Regina. Eis algumas referências traumatizantes, augustiantes, deprimentes, alegres e emocionantes da minha existência:
-Aos 3 nasceu a minha irmã e tive de dizer adeus ao sonho de vir a ter um computador potente, muitos legos, roupa boa, etc. Apercebi-me do terror da repartição;
- Aos 6 anos fui operado às adenóides;
- Aos 8 caiu um bêbedo aos meus pés o que levou-me a ser abstémio;
- Aos 9 reneguei a religião Católica e passei a professar o Ateísmo, graças a Deus;
- Aos 9 comecei a ouvir Mata Ratos;
- Aos 10 vi os "Pesadelos em Elm Street" e recebi o prémio de melhor aluno da Escola Primária de Azurva, Aveiro;
- Aos 11 percebi que não tinha jeito para fazer cambalhotas;
- Aos 12 anos tirei 5 a todas as disciplinas e já tinha 1,75 de altura;
- Aos 15 vi um amigo a fanar uma revista de índole indecente de um quiosque;
- Aos 16 tive um 3 (de 0 a 20) num teste de matemática;
- Aos 18 passei no exame nacional de matemática à primeira graças a um belo 9,5, acabando o liceu com média de 16 (ainda hoje sonho que não fiz a m**** da disciplina);
- Aos 19 conheci uma miúda que há 7 anos que só me dá prejuízo;
- Aos 20... Bem, tinha material para um bestseller. Digamos que acabei com uma cicatriz jeitosa na cabeça devido a defeito de fabrico;
- Aos 22 passei a ter o ridículo estatuto de sótôr;
- Aos 23, depois da carta tirada, deixei de ter sonhos nos quais conduzia um carro desgovernado;
- Aos 24 conheci o Siza Vieira;
- Aos 25 fui despedido de um trabalho não remunerado e comecei a escrever um terapêutico blog;
Aos 26... Bem, hoje comi salmão, caiu-me um maço de papel na cabeça, vi três belos golos do Adu e escrevi esta treta.
Será que está aqui material para um livro?
10 comentários:
Mais que suficiente meu caro amigo. arriscar-me-ia mesmo a dizer que se trata de uma verdadeira saga a vários volumes.
Epa, aos 25 começaste a interagir, em forma de comentários, com o Pelicano!
Epá! Agora já me tramaste! Eu que ia escrever um livro sobre aquela queda de bicicleta aos 15 anos (que de resto é a única coisa de salientar na minha vida) sinto-me inferiormente incapaz perante tal percurso!
O comentário do Pelicano também me fez ver que nunca interagi com ele em forma de comentário, pelo que agora é que não dá mesmo!
Escreve lá isso que eu compro! :p
Fantástico!
Não comprava porque já sei sei como acaba... eheh
Mas sou a favor de todoo tipo de livros desde que seja bem escrita. É importante meter as pessoas a ler. Os homens devoram os jornais desportivos, as mulheres as revistas (generalizando, claro) e não chega!
Jokas
Até podia publicar a versão infantil ilustrada não magnuspetrus? Seria um sucesso na tua biblioteca.
Isso dava um volume pelicano.
Bem gonçalo, se te consola podíamos escrever um em parceria sobre as repercussões que o visionamento do He-Man teve nas nossas vidas.
Lobka, falando a sério, sabias que ouvi dizer que, segundo um estudo feito, o jornal onde se escreve melhor português é a bola?
Acredito até porque é uma das minhas leituras diárias... eheh. Mas acho que quem lê jornais desportivos está muito à frente em opotunidades de aprendizagem do que quem lê as revistas ditas cor-de-rosa. A questão é que o vocabulário não pode variar muito. É importante meter a malta a ler livros, histórias tanto de ficção como reais. E nisso acho que a escola não pode ser responsabilizada totalmente. Se os filhos virem os pais a falarem sobre um livro eles vão ter curiosidade de o ler mais cedo ou mais tarde. O falar apaixonadamente de um jogo do benfica faz muitas vezes com que quem nos admira olhe para o benfica com outros olhos e o mesmo se passa com outras coisas... as paixões passam-se contagiando quem nos rodeia!
É verdade lobka. Mas digo-te que as revistas cor-de-rosa até podem ser uma leitura muito interessante e divertida. Tudo depende da perspectiva.
Claro, mas tal como disse não chega...
Em vez de escreveres para financiar poderias escrever uma aventura da tatiana regina pelos mundos sadomasoquistas.
ou entao uma aventura tua mesmo :)
ja foi ha 11 anos mocho?
tens que vir ca para irmos as famosas casas de entretenimento de soho. ahaha
Como é que sabes que a Tatiana Regina na no universo do BDSM?
É verdade, tamos velhotes. Ainda me lembro de te ver a correr do quiosque lol ;)
Não sei se vou aí anónimo (adoro o nome. como teho barba, uma cópia do Corão em casa e costumo andar com mochila...
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