sábado, 14 de abril de 2007

Gatafunhos

Ultimamente tenho andado com um sono muito higiénico (deitar cedo e cedo erguer) e por vezes aproveito para dar uma voltinha aqui pelo bairro, visitando uma pequena zona verde que me atrai pela existência de patos, porquinhos da Índia, cágados e dois animados casais de galos e galinhas.
Há dias, quando estava a observar a disputa sexual entre dois galos (aquilo ainda vai dar homicídio com direito a um lacrimejante tempo de antena no Fátima Lopes), reparei que um dos muros de uma habitação próxima estava decorado com um foleiro e poluente tag, uma assinatura em graffiti.
Não tenho nada contra os graffitis, muito pelo contrário, até acho piada se forem artísticos (conceito subjectivo). Agora estes gatafunhos, estas pseudo assinaturas de uns zés de boné com problemas de acne, que ouvem 50 Cent enquanto visionam os Morangos com Açúcar, que nunca fizeram um desenho de jeito na escola (se é que lá fazem alguma coisa)... enjoam-me o olhar. Se fossem artistas (mais um conceito subjectivo) não se limitavam a fazer apenas um tag ou rabisco preto para afirmar a sua presença, puxavam pela criatividade. São apenas poluição visual como os cartazes de touradas ou dos partidos políticos. Ninguém olha para aquilo!

Nota:
Reparem nos seguintes termos e expressões do texto: zés de boné; problemas de acne; ouvem 50 Cent; visionam Morangos com Açúcar; se é que lá fazem alguma coisa.
Criei/descrevi o esterótipo de um jovem adolescente seboso, mentalmente pobre e vítima do efeito gado.
Não acredito em estereótipos mas adoro criá-los.

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