Então parece que temos mais um episódio a agravar a tensão entre Ocidente e Mundo Islâmico. Quando ouvi a notícias, e perdoem-me os católicos, pensei: "Este também já está xéxé?"
As suas palavras mostram uma falta de tacto evidente ou então pensou que estava off the record, como o outro há uns anos.
Na minha ingénua opinião, Ratzinger não quis ofender. Ao falar sobre a utilização da violência para fins religiosos, apenas citou uma conversa entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um sábio persa muçulmano na qual se debatia a mensagem de Maomé de apelo à violência para defender os interesses da religião.
Resultado: simplifica-se a coisa, mostra-se Ratzinger somente a proferir as palavras polémicas e os líderes religiosos fanáticos e uns governantes corruptos aproveitam para o fazer o seu arraial nesse fértil terreno que são as populações muçulmanas martirizadas pela guerra e pela miséria. Claro que há aqueles que não estão nestas situações e também aderem ao apetecido arraial. Contudo, estes ou são ignorantes ou gostam é de arraiais bem grandes.
Curiosamente, e para provar que felizmente as coisas não são pretas nem brancas, li duas interessantes reacções no Público:
«Renzo Guolo, sociólogo italiano das religiões, opina hoje no jornal “La Repubblica” que “ao falar do profeta Maomé e do Corão, Bento XVI, de facto, violou um tabu”.
“As religiões podem falar entre elas de ética, de paz, de família ou da secularização contra a qual querem fazer frente, mas nunca dos seus dogmas ou textos sagrados”, sob pena de provocar “uma imediata reflexão sobre a identidade”, escreve.
Já o intelectual de origem egípcia, Magdi Allam, escreve no “Corriere della Sera” – do qual é vice-director – que o Papa, ao invocar a jihad, apenas vem lembrar verdades históricas. A reacção dos muçulmanos é “desoladora e preocupante” e revela que a fé muçulmana foi “transformada por extremistas numa ideologia”.»
As suas palavras mostram uma falta de tacto evidente ou então pensou que estava off the record, como o outro há uns anos.
Na minha ingénua opinião, Ratzinger não quis ofender. Ao falar sobre a utilização da violência para fins religiosos, apenas citou uma conversa entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um sábio persa muçulmano na qual se debatia a mensagem de Maomé de apelo à violência para defender os interesses da religião.
Resultado: simplifica-se a coisa, mostra-se Ratzinger somente a proferir as palavras polémicas e os líderes religiosos fanáticos e uns governantes corruptos aproveitam para o fazer o seu arraial nesse fértil terreno que são as populações muçulmanas martirizadas pela guerra e pela miséria. Claro que há aqueles que não estão nestas situações e também aderem ao apetecido arraial. Contudo, estes ou são ignorantes ou gostam é de arraiais bem grandes.
Curiosamente, e para provar que felizmente as coisas não são pretas nem brancas, li duas interessantes reacções no Público:
«Renzo Guolo, sociólogo italiano das religiões, opina hoje no jornal “La Repubblica” que “ao falar do profeta Maomé e do Corão, Bento XVI, de facto, violou um tabu”.
“As religiões podem falar entre elas de ética, de paz, de família ou da secularização contra a qual querem fazer frente, mas nunca dos seus dogmas ou textos sagrados”, sob pena de provocar “uma imediata reflexão sobre a identidade”, escreve.
Já o intelectual de origem egípcia, Magdi Allam, escreve no “Corriere della Sera” – do qual é vice-director – que o Papa, ao invocar a jihad, apenas vem lembrar verdades históricas. A reacção dos muçulmanos é “desoladora e preocupante” e revela que a fé muçulmana foi “transformada por extremistas numa ideologia”.»
2 comentários:
Pessoalmente, penso que a primeira citação foi mal escolhida; mas identificar aquela citação como sendo a opinião de Bento XVI, é fazer uma distorção grotesca do texto.
O Islão não sai beliscado com as palavras do Papa, mas a sua imagem no Ocidente é mais uma vez denegrida por reacções exacerbadas e violentas dos próprios muçulmanos.
As portas do diálogo inter-religioso estão-se a fechar...
De facto, não percebo como é que o Papa, que até tenho em boa conta intelectualmente, cometeu esse erro.
Enviar um comentário