Nos últimos dias, têm vindo a ser trazidos a público novos casos de tráfico de influências no futebol português com a transcrição de escutas telefónicas. Até aqui nada de novo, basta acompanhar o futebol luso ou ouvir alguns dos seus dirigentes para perceber a podridão reinante. O que há a realçar é o facto destas notícias serem divulgadas por publicações generalistas, Público e DN, à semelhança do que já acontecera quando surgiu o Apito Dourado. Por um lado, esta aposta nos temas deportivos é compreensível dado o seu sucesso comercial. Mas por outro, é impossível não me interrogar sobre o papel dos jornais desportivos uma vez que parecem querer alhear-se disto tudo. Não me recordo de ver um jornal desportivo a trazer algo de novo ao processo.
Será que não fazem jornalismo de investigação? Ou não lhes interessa incomodar certas pessoas? Julgo que a segunda é a resposta correcta. Imaginem A Bola a publicar as transcrições do presidente do Benfica a discutir árbitros. Tão cedo, o jornal não teria entrevistas exclusivas com os jogadores do clube ou dicas frescas sobre as transferências.
Num debate no Clube dos Jornalistas, Rui Cartaxana, antigo director do Record, referiu que, há uns anos, Pinto da Costa lhe tinha indicado quais os jornalistas que pretendia para fazer as reportagens dos jogos do Porto, pois encontrava-se desagradado com algumas coisas que lera.
Na tentativa de estar nas boas graças dos clubes, os jornais desportivos adoptam uma postura subserviente, evitando levantar ondas, garantido as notícias fresquinhas, agradáveis e consensuais aos seus fiéis leitores.
Observemos o comportamento de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica. Quando confrontado com uma pergunta um pouquinho incómoda, faz logo uma cara de dama católica ofendida, dizendo como quem fala para um empregado "não estou aqui para falar disso", "sempre essas questões". Contudo, esta atitude de desprezo é logo esquecida quando já precisa da comunicação social para promover o kit de sócio. Infelizmente do outro lado não está ninguém para lhe dizer "já não temos pachorra para isso".
Será que não fazem jornalismo de investigação? Ou não lhes interessa incomodar certas pessoas? Julgo que a segunda é a resposta correcta. Imaginem A Bola a publicar as transcrições do presidente do Benfica a discutir árbitros. Tão cedo, o jornal não teria entrevistas exclusivas com os jogadores do clube ou dicas frescas sobre as transferências.
Num debate no Clube dos Jornalistas, Rui Cartaxana, antigo director do Record, referiu que, há uns anos, Pinto da Costa lhe tinha indicado quais os jornalistas que pretendia para fazer as reportagens dos jogos do Porto, pois encontrava-se desagradado com algumas coisas que lera.
Na tentativa de estar nas boas graças dos clubes, os jornais desportivos adoptam uma postura subserviente, evitando levantar ondas, garantido as notícias fresquinhas, agradáveis e consensuais aos seus fiéis leitores.
Observemos o comportamento de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica. Quando confrontado com uma pergunta um pouquinho incómoda, faz logo uma cara de dama católica ofendida, dizendo como quem fala para um empregado "não estou aqui para falar disso", "sempre essas questões". Contudo, esta atitude de desprezo é logo esquecida quando já precisa da comunicação social para promover o kit de sócio. Infelizmente do outro lado não está ninguém para lhe dizer "já não temos pachorra para isso".
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