Tenho lido interessantes comentários sobre a situação protagonizada pelo Papa, que me levaram a escrever alguns comentários nos respectivos blogs.
Como contém alguns elementos que elucidam a minha posição sobre esta matéria, julgo pertinente colocá-los neste blog.
Comentário que coloquei no blog "Povo de Bahá" de Marco Oliveira, em 16 de Setembro:
"Eu lamento profundamente estes episódios que, como referes, põe em causa o diálogo inter-religioso pois considero que as religiões um enorme potencial de união. Quando se dá um ataque terrorista, quando foi o episódio das caricaturas ou quando são exibidas manifestações na Palestina, por vezes ouço coisas como: "Era deixá-los matarem-se uns aos outros", "Estes não têm remédio", "Era pôr ali uma bomba". Obviamente que reprovo este tipo de comentários mas entendo-os como resultado de ignorância ou de raciocínios simplistas. A verdade é que são sinais de afastamento.
Não sendo uma pessoa religiosa, acredito profundamente que as religiões podem ser usadas para a aproximação entre os povos, através do enaltecer do que lhes é comum: paz, amor, alegria, amizade...
Posso estar a ser pessimista mas, quando na Palestina alguém morre devido a um bombardeamento, muitos pensarão: "ah, lá estão aqueles muçulmanos a ser bombardeados, já estão habituados... terrorismo e tal..." Estas conflitualidade e violência estão tão banalizadas que nos esquecemos que do outro lado estão homens e mulheres que, antes de serem muçulmanos (ou cristãos, judeus, etc.), têm sonhos, aspirações, alegrias, tristezas, famílias, uma casa, um negócio, uma profissão, estudam, pessoas que choram nos funerais e que riem nos casamentos.
Seremos assim tão diferentes? Ou muitas vezes nós (e eles) classificamos o todo por causa de uma parte?"
Comentário que coloquei no blog "Bolotas e chaparros" de Didi, a 17 de Setembro:
"É óbvio que Ratzinger apenas citou e fê-lo num contexto, mas foi ingénuo ao não prever a utilização deturpada das suas palavras por parte dos líderes fundamentalistas e dos belos governantes que estão à frente de certos países de de maioria islâmica.Depois há sempre o cruel vector da comunicação. Tal como nós muitas vez só lemos as "gordas" dos jornais, os muçulmanos ouviram só a parte que mais interessante.
Não proferiu palavras insultuosas nem diminuiu o Islão, mas, como figura de alta resposabilidade no mundo actual, poderia ter tido mais tacto num período conflituoso em que as religiões são instrumentalizadas como armas de arremesso.
Eu tenho a esperança que estas manifestações de ódio que nos são dadas a observar são expressões de minorias incitadas por fundamentalistas. Por outro lado, apesar de não ser um profundo conhecedor destas culturas, penso que este fundamentalismo surge no seio de populações martirizadas por conflitos, por situações de miséria ou por líderes políticos corruptos (vejamos o caso dos Palestinianos).
Concordo contigo quando referes que o mundo ocidental não se pode deixar intimidar. Há que ter uma postura cordial de diálogo mas sem um exarcebado politicamente correcto. Ser tolerante e procurar o diálogo não pode siginifcar pedir desculpa por tudo o que acontece de mal no mundo.
Quanto aos momentos tenebrosos do Catolicismo no passado, sempre me perguntei durante quanto tempo tem uma religião, nação ou instituição de pedir desculpa ou ser condenada pelo que fez. Não estou a defender a Igreja Católica nem a discordar da tua afirmação. Sinceramente, é uma questão para a qual não tenho resposta. Suspeito que a reposta não possa ser dada em número de anos."
Como contém alguns elementos que elucidam a minha posição sobre esta matéria, julgo pertinente colocá-los neste blog.
Comentário que coloquei no blog "Povo de Bahá" de Marco Oliveira, em 16 de Setembro:
"Eu lamento profundamente estes episódios que, como referes, põe em causa o diálogo inter-religioso pois considero que as religiões um enorme potencial de união. Quando se dá um ataque terrorista, quando foi o episódio das caricaturas ou quando são exibidas manifestações na Palestina, por vezes ouço coisas como: "Era deixá-los matarem-se uns aos outros", "Estes não têm remédio", "Era pôr ali uma bomba". Obviamente que reprovo este tipo de comentários mas entendo-os como resultado de ignorância ou de raciocínios simplistas. A verdade é que são sinais de afastamento.
Não sendo uma pessoa religiosa, acredito profundamente que as religiões podem ser usadas para a aproximação entre os povos, através do enaltecer do que lhes é comum: paz, amor, alegria, amizade...
Posso estar a ser pessimista mas, quando na Palestina alguém morre devido a um bombardeamento, muitos pensarão: "ah, lá estão aqueles muçulmanos a ser bombardeados, já estão habituados... terrorismo e tal..." Estas conflitualidade e violência estão tão banalizadas que nos esquecemos que do outro lado estão homens e mulheres que, antes de serem muçulmanos (ou cristãos, judeus, etc.), têm sonhos, aspirações, alegrias, tristezas, famílias, uma casa, um negócio, uma profissão, estudam, pessoas que choram nos funerais e que riem nos casamentos.
Seremos assim tão diferentes? Ou muitas vezes nós (e eles) classificamos o todo por causa de uma parte?"
Comentário que coloquei no blog "Bolotas e chaparros" de Didi, a 17 de Setembro:
"É óbvio que Ratzinger apenas citou e fê-lo num contexto, mas foi ingénuo ao não prever a utilização deturpada das suas palavras por parte dos líderes fundamentalistas e dos belos governantes que estão à frente de certos países de de maioria islâmica.Depois há sempre o cruel vector da comunicação. Tal como nós muitas vez só lemos as "gordas" dos jornais, os muçulmanos ouviram só a parte que mais interessante.
Não proferiu palavras insultuosas nem diminuiu o Islão, mas, como figura de alta resposabilidade no mundo actual, poderia ter tido mais tacto num período conflituoso em que as religiões são instrumentalizadas como armas de arremesso.
Eu tenho a esperança que estas manifestações de ódio que nos são dadas a observar são expressões de minorias incitadas por fundamentalistas. Por outro lado, apesar de não ser um profundo conhecedor destas culturas, penso que este fundamentalismo surge no seio de populações martirizadas por conflitos, por situações de miséria ou por líderes políticos corruptos (vejamos o caso dos Palestinianos).
Concordo contigo quando referes que o mundo ocidental não se pode deixar intimidar. Há que ter uma postura cordial de diálogo mas sem um exarcebado politicamente correcto. Ser tolerante e procurar o diálogo não pode siginifcar pedir desculpa por tudo o que acontece de mal no mundo.
Quanto aos momentos tenebrosos do Catolicismo no passado, sempre me perguntei durante quanto tempo tem uma religião, nação ou instituição de pedir desculpa ou ser condenada pelo que fez. Não estou a defender a Igreja Católica nem a discordar da tua afirmação. Sinceramente, é uma questão para a qual não tenho resposta. Suspeito que a reposta não possa ser dada em número de anos."
Sem comentários:
Enviar um comentário